Empreendimento consumiu R$ 50 milhões e tem capacidade para 99 mil posições-paletes
Após um ano construção, a Kimberly Clark Brasil iniciou, no último mês de setembro, as operações de seu mais recente centro de distribuição, localizado no município de Mogi das Cruzes, Grande São Paulo. O empreendimento demandou investimentos de R$ 50 milhões, entre a compra do terreno, construção e aquisição dos equipamentos, aplicados pelo Banco Pátria. O gerente de customer service e distribuição da Kimberly Clark Brasil, Ricardo Gonçalves, explica que o projeto foi baseado no conceito built to suit, modelo de negócio que possibilita à empresa procurar parceiros para a construção do CD e pagar o investimento por meio do aluguel. No contrato firmado com o Banco Pátria, a Kimberly Clark utilizará o local por dez anos.
O espaço do centro já é ocupado. As fábricas da Kimberly localizadas em Suzano (SP) e Mogi das Cruzes – responsáveis pela produção das linhas personal care (fralda, absorvente, fralda geriátrica e lenço umedecido), family care (papel toalha, guardanapo e papel higiênico) e professional (produtos de higiene para banheiro e limpeza industrial) – utilizarão a estrutura do CD. “A partir dali, os itens serão distribuídos para todo o Brasil, menos para a região sul e os estados do nordeste acima de Alagoas”, diz.
Estrutura
Instalado num terreno de 290 mil metros quadrados, com 69 mil metros quadrados de área construída, dos quais 62 mil metros quadrados são destinados à armazenagem, o CD tem capacidade para 99 mil posições-paletes, possui 12 docas de recebimento e 43 para expedição. “No primeiro ano, utilizaremos 88% da capacidade. Ao final de oito anos, vamos ocupá-lo na totalidade”, afirma. As metas já estão traçadas. Para o final de 2007, informa Gonçalves, a expectativa é atingir um movimento de cinco milhões de fardos por mês, o equivalente a 150 mil paletes/mês. “Esperamos que este CD responda por 80% de nosso faturamento”, calcula.
Ao todo, 300 funcionários, entre próprios e terceiros, são responsáveis pela operação. Segundo o gerente, os auxiliares que fazem o carregamento dos veículos são terceirizados, já as equipes de movimentação, conferência, faturamento e supervisão são funcionários da Kimberly Clark Brasil. “Cerca de 70% são colaboradores terceirizados e o restante próprios”, calcula.
Gonçalves frisa que o CD de Mogi das Cruzes faz parte de um projeto de reestruturação da companhia. O executivo explica a estratégia. “Antes, entre próprios e terceiros, operávamos com nove CDs. Atualmente, estamos trabalhando com sete e em janeiro de 2008 a meta é diminuirmos para quatro”, conta. Gonçalves enfatiza que, apesar de ocupar edificações de parceiros, a operação nos locais atendem exclusivamente à Kimberly Clark Brasil. Os outros três CDs que serão utilizados a partir do primeiro mês do próximo ano serão instalados em Eldorado do Sul (RS), Correia Pinto (SC) e Recife, estes, construídos com recursos próprios da indústria.
Diferenciais em Mogi das Cruzes
Para o gerente, dois aspectos merecem destaque no novo empreendimento. O primeiro está relacionado à construção, concebida integralmente, desde a aquisição do terreno, local, tamanho, forma do prédio e layout, para abrigar as operações da Kimberly. “A edificação não tem um formato quadrado e sim retangular, o que nos permite instalar a maior quantidade de docas possíveis”, resume.
Gonçalves destaca outras funcionalidades. “O formato e o tamanho da área de armazenagem possibilitou a exclusão de protetores de incêndio intra-racks, pois precisamos destes equipamentos apenas nos corredores. Além disso, também não necessitamos implantar túneis para a rota de fuga de incêndios”, diz.
Outra peculiaridade citada pelo executivo como diferencial no CD é a tecnologia de otimização do WMS. “Trata-se de um local muito grande. Por isso, desenvolvemos uma modelagem matemática, instalada no WMS adquirido no mercado, para minimizar as distâncias percorridas pelas empilhadeiras”, salienta.
A área de armazenagem também atendeu ao projeto. “Criamos três módulos e garantimos que dentro de cada módulo tenhamos 100% do mix”, reforça. Gonçalves exemplifica a teoria. “Quando um produto entra no CD, o sistema identifica a melhor posição para alocá-lo e, ao sair um pedido, a tecnologia verifica em qual doca o caminhão deve estacionar para garantir a menor movimentação das empilhadeiras”, demonstra.
Apesar de não apresentar números quanto à redução nos custos e agilidade na operação, o gerente se diz satisfeito com o atual projeto e divulga as próximas ações. Segundo ele, não há planejamento para ampliar a estrutura de Mogi das Cruzes e sim abrir áreas de armazenagem em outros locais. “Ter um CD maior do que esse não é aconselhável”, afirma.