O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, rejeitou a possibilidade de uma "guerra comercial" com a China, apesar das ameaças de tarifas por parte do governo dos Estados Unidos e do ex-presidente e candidato presidencial Donald Trump (2017-2021), que têm acusado o México de supostas triangulações de produtos chineses.
Durante sua conferência matutina, o mandatário expressou: "Nós não queremos isso, nenhum tipo de guerra, nem mesmo a comercial, apenas cuidar para que nossa relação comercial com os Estados Unidos, com o Canadá e também com a China se mantenha".
López Obrador fez referência às advertências de Trump, que na semana passada afirmou que, se voltasse à Casa Branca, imporia uma tarifa de 100% sobre os carros chineses produzidos em fábricas mexicanas. Além disso, mencionou os avisos da Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, em inglês), Katherine Tai, sobre possíveis tarifas ao México devido a supostas triangulações comerciais de metais chineses.
O presidente mexicano destacou que a Secretaria de Economia está lidando com o assunto e que é necessário verificar se está incluído no Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), sem chegar a uma guerra comercial.
Essa tensão surge depois que o México superou a China como principal parceiro comercial dos Estados Unidos em 2023, exportando mais de 475,6 bilhões de dólares para seu vizinho do norte. Além disso, coincide com o aproveitamento pelo México do fenômeno do nearshoring, com um recorde de mais de 36 bilhões de dólares em investimento estrangeiro direto (IED) em 2023.
López Obrador afirmou que o investimento chinês no México continuará apesar da controvérsia, destacando o atrativo do país para empresas estrangeiras devido aos ajustes no mercado mundial. Além disso, assegurou que as relações comerciais com os Estados Unidos e a China permanecem sólidas e sem protestos evidentes.