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"O grande reset": Relatório State of Logistics 2023 revela um setor logístico pronto para encarar os desafios pós pandemia

Apresentação do relatório anual do CSCMP revela que não existe "novo normal" e indica maior resiliência da cadeia de suprimentos
Por Gabriela Medrado em 21 de junho de 2023 às 9h06
"O grande reset": Relatório State of Logistics 2023 revela um setor logístico pronto para encarar os desafios pós pandemia
Relatório State of Logistics 2023: Divulgação / CSCMP
Relatório State of Logistics 2023: Divulgação / CSCMP

Após dois anos de volatilidade nas primeiras fases da pandemia, o setor de logística finalmente está enfrentando um recomeço. Pelo menos é isso que indica o relatório State of Logistics 2023. 

Produzido anualmente para o Conselho de Profissionais de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (da sigla em inglês CSCMP) pela consultoria global Kearney e apresentado pela Penske Logistics, o relatório traz uma visão geral do setor de logística e seu papel nas cadeias de suprimentos na economia norte-americana. Com 60 anos de atuação, o CSCMP é a principal associação profissional mundial dedicada à pesquisa e aprendizado sobre gestão da cadeia de suprimentos.

Enquanto a pesquisa do ano passado apontou uma grande assincronia entre as cadeias de suprimentos e as instabilidades do mercado, este ano o tema é adaptação. A principal revelação do estudo de 2023 é que as cadeias de suprimentos responderam à volatilidade dos últimos dois anos se afastando de modelos de negócios centrados na redução de custos, agora buscando priorizar a resiliência.

"À medida que o setor de logística avança após anos de desafios e gargalos na cadeia de suprimentos, nosso relatório mostra que é o momento de pensar de forma séria e proativa na criação de capacidade estratégica", observou Balika Sonthalia, sócia sênior da Kearney e coautora do State of Logistics 2023.

Os custos de logística empresarial nos EUA aumentaram, chegando ao recorde de US$ 2,3 trilhões, contra US$ 1,85 trilhão no ano passado. Esses custos agora representam 9,1% do PIB nacional do país, a maior porcentagem de todos os tempos.

De acordo com Balika, é esperada uma queda nessas margens nos próximos anos, com as correções atuais em todas as categorias de transporte. "Mas, com a sombra persistente da inflação, vemos que os preços seguem elevados em certas categorias e rotas. Muito vai depender das políticas econômicas, mesmo com a queda nas taxas de juros", pondera.

Em 2022, o mercado virou a favor dos remetentes, uma tendência que continuou na primeira metade de 2023. Em todas as modalidades de transporte, a demanda e a capacidade estão se reequilibrando. Estoques aumentaram, e os picos de demanda da pandemia parecem ter se nivelado. Com a alta capacidade, contratantes de operadores logísticos estão aproveitando para explorar o mercado e repensar acordos de longo prazo, buscando mais segurança na capacidade da transportadora.

 

Investimento em tecnologia

Num esforço para atender melhor aos clientes em uma variedade de canais de distribuição, operadores logísticos estão investindo mais capital em tecnologia. Os entrevistados indicaram que 96% dos 3PLs migraram para a nuvem, enquanto 80% dos 3PLs estão investindo em Internet das Coisas (da sigla em inglês IoT).

"Tantos avanços giram em torno da tecnologia. Ter visibilidade do status dos fretes na cadeia de suprimentos ao nível do fornecedor, da produção e dos vários estágios de transporte é realmente importante. Eu acho que esse vai ser um grande motor em como operadores podem ser mais resilientes em responder aos desafios", reflete Andy Moses, vice-presidente sênior de vendas e soluções da Penske Logistics.

 

O "Nunca normal"

Durante a apresentação do relatório à imprensa, os participantes do painel concordaram que, como indica o título "O grande reset", a expectativa não é de voltar aos números pré-pandemia. O objetivo das empresas não deve ser estabelecer um "novo normal", e sim criar modelos de negócios flexíveis e adaptáveis para resistir a novas mudanças e uma complexidade crescente na cadeia.

Como explicou Bart de Muynck, Chief Industry Officer da plataforma de supply chain Project44: "Meu colega belga Peter Hinssen chamou isso de o 'nunca normal'. Não vamos voltar ao antigo normal, e eu não acho que exista um novo normal. Vamos continuar evoluindo, e as empresas precisam ser mais ágeis para reagir a coisas como eventos climáticos, falta ou excesso de capacidade, ajustes de preço e impactos geopolíticos na economia".

Diante do novo cenário, foram observados movimentos como o reshoring, com a transferência de fábricas e operações das empresas norte-americanas de volta para os Estados Unidos. Outras tendências do mercado são a ascensão do modelo de negócios 4PL (quarteirização da cadeia logística), do agenciamento de cargas, ou freight forwarding, e os investimentos em sustentabilidade.

 

Você pode acessar o Relatório State of Logistics 2023 aqui.

 

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