A plataforma Open Startups divulgou mais uma edição do Ranking 100 Open Startups, publicação realizada desde 2016 e que anualmente destaca as startups mais atraentes e que mais se destacaram no mercado corporativo, fechando contratos com grandes companhias. A atratividade é medida por meio de critérios objetivos, vinculados às relações de negócio estabelecidas entre as startups e as companhias consultadas. O objetivo é proporcionar ainda mais visibilidade a elas e, com isso, ampliar as oportunidades de trabalho junto a grandes empresas.
Segundo o CEO da Open Startups, Bruno Rondani, as startups focadas em transporte e logística têm ganhado cada vez mais espaço. Neste ano, da base total de 8.600 startups, 1.379 trabalham com soluções voltadas para o setor. Ao todo, elas fecharam contratos com 599 companhias, e as dez que compõem um ranking específico de transporte e logística (veja no quadro abaixo) têm contratos com 105 dessas organizações.
Rondani conta que as 1.379 startups voltadas ao segmento de transporte e logística estabeleceram 3.224 relacionamentos por meio da plataforma 100 Open Startups. Somente as top 10 voltadas para o setor responderam por 165 desses relacionamentos. “Percebe-se uma maior maturidade do setor, com a consolidação de tendências que já eram observadas. Assim, podemos entender que as soluções desenvolvidas pelas startups continuam sendo decisivas para as grandes empresas, que confiam nelas para otimizar as entregas ao mesmo tempo em que reduzem custos e garantem o melhor atendimento ao cliente”, comenta o CEO.
O executivo observa que algumas soluções específicas vêm se destacando, como o gerenciamento de frete, com o objetivo de realizar as entregas de forma mais rápida e segura, sem comprometer a qualidade do atendimento. “O surgimento de cada vez mais startups especializadas em soluções de logística nessa área é visto com entusiasmo para garantir um gerenciamento de qualidade, do estoque à entrega, simplificando a rotina, economizando recursos e aumentando a produtividade”, diz.
Quanto aos desafios, Rondani afirma que, tendo como referência o próprio ranking para identificá-los, o gerenciamento de entregas é um obstáculo a ser superado pelas grandes empresas, mas ele lembra que diversas as startups da área, usando tecnologia para criar seus produtos e serviços, trazem inovações para o setor e solucionam os problemas enfrentados pelas corporações nesse sentido.
Algumas tendências do setor também podem ser observadas, garante o CEO da Open Startups. “A principal delas aponta para a terceirização de serviços pelas grandes companhias, que contratam startups para resolver alguns gargalos. Percebe-se uma tendência forte justamente no gerenciamento inteligente de entregas, seja para ter mais visibilidade e controle de todas as etapas do processo, seja para otimizar o espaço no caminhão e automatizar os estoques.”
Histórico e evolução no setor logístico
A categoria Transporte e Logística foi criada em 2018 no Ranking 100 Open Startups. À época, 616 startups, de um total de 5.692, eram voltadas a soluções logísticas, e as top 10 do setor representaram 72 dos 1.518 relacionamentos gerados com grandes companhias. “No ranking de 2018, a maior parte das startups que se destacaram na área ofereciam soluções de gestão inteligente de entregas, com destaque para a visibilidade ponta a ponta e market places conectando contratantes e entregadores”, lembra Rondani.
A metodologia do ranking dá pontos para as startups que mais despertam interesse em grandes instituições. Atualmente, mais de mil companhias contribuem para sua constituição, que destaca as startups com melhor desempenho no período de um ano, despertando interesse e fechando contratos com essas grandes empresas.
O ranking é calculado em três etapas. Na primeira, denominada Mercado, as startups cadastradas são avaliadas no aplicativo 100 Open Startups por especialistas, executivos e investidores. Depois disso, na etapa Match, as melhor avaliadas são convidadas para eventos de speed dating, onde são realizadas reuniões presenciais com grandes companhias. Para finalizar, na etapa de Contratos, as empresas e as startups são consultadas individualmente sobre as negociações e os contratos firmados entre elas.
Para figurar e pontuar no ranking deste ano de 2019, as startups precisaram preencher alguns requisitos: ser cadastrada no 100 Open Startups em conformidade com o regulamento do programa, ter participado de um dos eventos oficiais de speed dating ou ter fechado contrato com uma grande companhia que esteve ativa durante o período compreendido entre junho de 2018 e maio de 2019.
Vale lembrar que para constar no top 100 ou no top por categoria, a startup deve ter um faturamento anual ou ter recebido investimento inferior a US$2,5 milhões. Já para participar como grande empresa é preciso possuir mais de cem funcionários ou ter um faturamento superior a R$ 100 milhões no exercício de 2018.
A participação cada vez maior de startups do setor de transporte e logística aponta para a consolidação de uma tendência que já está sendo utilizadas no mercado e gerando resultados: a terceirização de serviços logísticos por parte das grandes companhias, que contratam startups especializadas que utilizam a tecnologia para simplificar rotinas, economizar recursos e aumentar a produtividade.
Fábio Penteado