O setor ferroviário brasileiro pode mais que dobrar sua participação na matriz logística nacional até 2050, segundo o Plano Nacional de Logística 2050 (PNL 2050). A expectativa é que o modal ferroviário, atualmente responsável por 15% do transporte de cargas no país, alcance 31% nas próximas décadas, em um movimento que busca reduzir custos logísticos e aumentar a competitividade do Brasil.
A ampliação do modal é estratégica, especialmente em um cenário onde o transporte rodoviário responde por 65% da movimentação de cargas. Estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que diversificar os modais pode reduzir custos logísticos em até 64% e aumentar a agilidade na entrega de produtos em 16%.
A renovação de contratos de concessão de grandes ferrovias, como a Rumo Malha Paulista e a Vitória-Minas, é uma das principais estratégias para atrair novos investimentos. Segundo o Ministério da Infraestrutura, o setor ferroviário deve movimentar R$ 60 bilhões nos próximos anos, com investimentos focados em automação e conectividade, incluindo a adoção de tecnologias como o 5G para aumentar a eficiência operacional.
Além do transporte de cargas, as ferrovias também devem desempenhar papel no desenvolvimento social, com a instalação de infovias ao longo das linhas férreas, levando internet de alta velocidade para regiões remotas.
A conclusão da Transnordestina é vista como um estímulo ao desenvolvimento socioeconômico de regiões como Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), além de reduzir os custos de escoamento agrícola e melhorar a competitividade de produtores no semiárido nordestino.
A expectativa é que a ampliação do modal ferroviário transforme a logística brasileira, tornando-a mais eficiente e competitiva no mercado global. No entanto, a implementação do plano exigirá a superação de desafios relacionados à infraestrutura e ao financiamento, além de garantir a integração com outros modais para viabilizar uma logística verdadeiramente multimodal.