O protocolo de intenções que a Brasil Ferrovias firmou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, em outubro de 2004, visando equilibrar a estrutura de capital de suas controladas, Ferronorte, Ferroban e Novoeste, está tomando novos rumos, diferentes dos inicialmente previstos.
Após o pacote de capitalização de até R$ 1,2 bilhão e a reestruturação societária do grupo Brasil Ferrovias, o BNDES ficará com praticamente a metade do capital da nova holding, que controlará a Ferronorte e a Ferroban.
O banco ficará com 47% a 49% das ações com direito a voto e 50% das preferenciais da holding, que se chamará Nova Brasil Ferrovias e reunirá os ativos que formarão o corredor de bitola larga.
A Novoeste, terceira ferrovia do grupo e que forma o corredor de bitola estreita, ficará em outra holding, que não receberá injeção de recursos do BNDES.
O pacote de reestruturação do grupo já teve pelo menos duas versões anteriores e ambas previam que a capitalização se daria na Ferronorte e não na holding. No contexto anterior, inicialmente o BNDES ficaria com cerca de 30% da Ferronorte. Depois, o percentual evoluiu para 37%, porque cresceu o tamanho da capitalização.
A participação que caberá ao BNDES aumentou devido à existência de uma dívida de R$ 260 milhões da holding Brasil Ferrovias com o banco, na forma de debêntures conversíveis em ações.
Até agora, o tamanho exato da injeção de recursos na Nova Brasil Ferrovias não está fechado e depende da atualização do valor da dívida da Ferroban e da Novoeste com o Tesouro Nacional, por conta de obrigações da concessão em atraso.