A VLI, empresa que oferece soluções logísticas que integram terminais, ferrovias e portos, e a Fibria, que atua na produção de celulose a partir do eucalipto, fecharam um contrato para o transporte de madeira em longas distâncias utilizando o modal ferroviário. Normalmente o deslocamento do produto é realizado em pequenas distâncias utilizando rodovias, mais adequadas para esse tipo de operação. Já o modal ferroviário é reconhecido por ser mais eficiente e competitivo em trajetos mais longos.
O contrato firmado entre as empresas prevê o transporte da madeira produzida na região de Sete Lagoas (MG), com destino à fábrica da companhia de celulose em Aracruz (ES), em uma distância de aproximadamente 700 km. Para viabilizar a operação, VLI e Fibria firmaram um acordo conjunto de investimento de R$ 6 milhões que resultou na adaptação de 214 vagões-plataforma.
Os primeiros 150 vagões reformados já entraram em operação e o restante dos equipamentos deverá estar pronto até o final de agosto. Atualmente, cada viagem até Aracruz é composta por 40 vagões. Com a solução encontrada pelas empresas, a expectativa é que, nos próximos cinco anos, sejam transportados cerca de 2 milhões de m³ de madeira, o equivalente a 1,71 milhões de toneladas.
“Estamos trabalhando para desenvolver novos modelos de vagões para atender demandas como essa. O transporte de madeira em longas distâncias é algo novo, e parcerias como a da Fibria nos estimula a criar novas soluções que resultem em ganhos de escala e competitividade”, diz Juliana Telles, gerente Comercial da VLI. A empresa foi a responsável pelo desenvolvimento da engenharia dos vagões-plataforma.
Para receber o material dos produtores, a Fibria instalou um pátio de embarque localizado estrategicamente no Terminal Ferroviário de Sete Lagoas. Além disso, está redimensionando o espaço físico e o layout de seu pátio na fábrica de Aracruz para agilizar as operações de descarga.
Atualmente, o modal ferroviário representa apenas 5% do transporte de madeira para a fábrica da Fibria. Com o novo contrato, esse percentual aumentará para 7% e permitirá a retirada de até 100 caminhões por dia das rodovias que ligam Minas Gerais e Espírito Santo.
“Essa iniciativa faz parte da estratégia de logística florestal em Aracruz de investir na diversificação dos modais, reduzindo o uso de caminhões para o transporte de madeira e obtendo menores custos e menos riscos de acidente nas operações, principalmente em rodovias”, afirma o especialista em Logística Florestal da Fibria, Ezio Tadeu Lopes.