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Emirates aposta no crescimento do comércio entre América do Sul e países árabes

Braço cargueiro da empresa transportou 25 mil toneladas de cargas da região em 2011 e ampliou frequências e destinos
Por Redacción el 17 de abril de 2012 a las 15h22

A Emirates Sky Cargo, braço da empresa aérea dos Emirados Árabes Unidos, colhe os bons resultados de sua aposta na América do Sul, feita há seis anos com a inauguração de sua rota para o Brasil. Hoje, a empresa oferece três voos semanais cargueiros entre Dubai e Viracopos (SP), frequências diárias para São Paulo e a recém-inaugurada rota Dubai-Rio de Janeiro-Buenos Aires, também diária, ambas aproveitando os porões das aeronaves de passageiros.

Presente mais uma vez à feira Intermodal, o vice-presidente sênior de cargas da Emirates Sky Cargo, Ram Menem, afirmou que, desde a entrada da empresa no mercado brasileiro, em 2006, o comércio aéreo entre as regiões cresceu mais de 371%. “E mesmo nos anos difíceis, como 2008/2009, o Brasil não foi muito atingido e saiu-se melhor que os demais mercados, não afetando muito os negócios”, afirmou Menem. Da mesma forma, ele não acredita que os conflitos em curso em alguns países árabes irão impactar significativamente os negócios. “Pelo contrário, pois alguns mercados que antes eram muito fechados, como Egito e Líbia, tendem a se abrir mais ao comércio exterior, o que pode ter bons reflexos no volume de cargas”.

Ele afirmou que este período em que a empresa vem operando aqui já trouxe um bom entendimento do mercado, o que se reflete no aumento constante dos volumes de carga. No ano passado, a Emirates Sky Cargo transportou 25 mil toneladas de cargas da América do Sul para os destinos globais da companhia, que são mais de 120, em 73 países.

De acordo com o vice-presidente, a vantagem de embarcar cargas para Europa e Ásia com a Emirates é a rapidez, a ampla gama de destinos e a qualidade dos serviços oferecidos. Ele destaca também a eficiência operacional do Mega Terminal de Cargas da companhia em Dubai, inaugurado em 2008. São 43.000 m2 – 7.000 m2 dedicados a cargas multitemperatura – e uma capacidade anual de 1,2 milhão de toneladas de cargas. O hub possui 78 portas de saída e 46 docas para caminhões, além de 133 estações de trabalho para montagem e desmontagem de cargas, sendo 14 delas especialmente para perecíveis. Além disso, a empresa oferece o Emirates SkyChain, um sistema de gerenciamento de cargas que proporciona maior rapidez, acessibilidade e segurança em relação aos sistemas tradicionais.

Volumes crescentes

Menem afirma que ainda é cedo para estimar o aumento do volume de cargas entre Rio e Buenos Aires, já que a rota começou a operar no início de janeiro; mas, no período, ela já transportou mais de 1.200 toneladas, carga composta principalmente por produtos farmacêuticos, peças de máquinas, frutas e peixes frescos, que seguiram para Dubai e de lá para destinos na Europa – principalmente frança, Itália, Alemanha, Portugal e Reino Unido, e na Ásia, como China e Hong Kong. Na outra direção, vieram eletrônicos, autopeças e móveis.

A empresa utiliza, nesta rota, os Boeings 777-300 ER, os mesmos que operam a frequência para São Paulo, que no ano passado transportou 4.000 t de carga. De acordo com Menem, a capacidade de carga da empresa está dividida em 70% nos cargueiros puros e 30% nos porões de passageiros.

A Emirates acrescentou, em 2011, uma terceira frequência semanal de cargueiros para o aeroporto de Viracopos, que funciona como uma espécie de hub regional para incrementar o atendimento local. Este novo voo aumentou em 33% a oferta de espaço semanal na rota, o que equivale a 620 toneladas a mais.

Pré-sal

O otimismo da empresa para com a região aumentou ainda mais com as descobertas do pré-sal brasileiro. “Estamos muito entusiasmados com as possibilidades abertas pelo crescimento do setor de óleo e gás no Brasil, uma vez que Dubai é o principal hub mundial para este setor. Nós temos muita sorte de estarmos localizados bem no meio do principal mercado produtor de petróleo do mundo e, por isso, desenvolvemos expertise e serviços específicos para o segmento”, afirma Menem. Ele diz que a inauguração da rota para o Rio não tem relação direta com o O&G, que é mais atendido por Viracopos, já que necessita aviões cargueiros, pois são materiais de grande porte.

Os números do trade entre as regiões também são amplamente favoráveis à empresa. Segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, as exportações do Brasil para os países árabes apresentaram um aumento de 20% entre 2010 e 2011, totalizando US% 15,1 bilhões, sendo que apenas para os Emirados Árabes o crescimento foi de 17%, perfazendo US$ 2,2 bilhões. Já as importações cresceram 43%, atingindo US$ 9,9 bilhões. Para 2012, é esperado um aumento entre 10% e 15% nos negócios entre as regiões. Com relação à Argentina não é diferente, já que o país vizinho vendeu US$ 6,1 bilhões em 2011 para os países árabes no geral, um crescimento de 67% com relação a 2010.

No ano fiscal 2010-2011, a Emirates Sky Cargo transportou 1,8 milhão de t, ante 1,6 milhão de t no período anterior, com uma receita global de US$ 2,4 bilhões (contra US$ 1,9 bi em 2010), o que representa 17,4% da receita total da companhia aérea.

A frota da empresa, composta por oito cargueiros 747-400 Fs e ERFs e 777 Fs, além de 163 aviões de passageiros, entre modelos Boeing e Airbus,, será engrossada nos próximos quatro anos com a entrada de mais 232 aeronaves – nove delas cargueiras, e todas já encomendadas, o que faz da Emirates uma das empresas com frota mais jovem e confiável do mercado.

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