Empresa investe US$ 6 milhões de dólares na implantação de etiquetas inteligentes no Brasil
A Recall do Brasil, empresa do grupo australiano Brambles especializada em gestão e guarda de documentos, adota como ferramenta de gerenciamento de seu inventário a tecnologia RFID (Radio Frequency Identification), para ganhar agilidade e maior segurança nos controles. O investimento na implantação foi de US$ 6 milhões.
A novidade foi apresentada a clientes, ontem, com a presença do presidente da Recall Américas, Michael Norin, executivos da unidade brasileira e do mercado e de usuário dos serviços de guarda de documentos da empresa. “O nosso objetivo foi marcar mudança de um patamar tecnológico para outro mais avançado, que em breve será padrão na indústria, com a migração do código de barras para o RFID, porém permitindo uma interface entre ambos”, anuncia João Carmona, presidente da Recall do Brasil.
O objetivo do lançamento do produto no país, segundo Michael Norin, reforça a estratégia da empresa, visto que as Américas respondem por 47% do faturamento da Recall (dados de 2007). “Pretendemos elevar a eficiência, aumentando a capacidade de rastreabilidade e a segurança na auditoria dos inventários em tempo real”, comenta.
Segundo Carmona, a Recall do Brasil mantém cerca de mil clientes na carteira, atuando na guarda terceirizada de 7,3 milhões de caixas –quase 50% do total armazenado nas empresas do setor. “A partir de 21 de julho próximo, todas as novas caixas que adentrarem em nossos CI (Centros de Informação) terão o RFID”. A empresa atua em todo o ciclo de vida de documentos: guarda, recuperação, digitalização, localização on line e destruição, garantindo segurança, agilidade e redução de custos com estruturas de armazenagem nas empresas. A empresa possui atualmente unidades de CI em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Rio de Janeiro, sendo o maior cliente o banco Bradesco, além de companhias de cartão de crédito, escritórios de advocacia, tribunais de justiça e outras.
Como funciona
Os novos equipamentos que localizam documentos nos CI da Recall foram batizados de Sherlock Holmes e Watson. O primeiro rastreia os sinais e decodifica a resposta enviada pelo chip inserido na etiqueta do código de barras, permitindo a localização imediata de uma caixa entre milhares – cada chip tem um código eletrônico único, também conhecido como EPC (Electronic Product Code). O segundo é uma base transmissora que emite sinais de rádio em UHF. A tecnologia incorpora soluções da IBM e integração da CHEP, líder mundial em serviços de pooling de paletes e contentores e adoção, em todos os aspectos, do sistema de Identificação por Radiofreqüência, com aplicação na logística da cadeia de suprimentos.
Os módulos compõem as etiquetas (tags) RFID, leitor RFID, servidores e impressoras. Um destaque do lançamento da empresa é que a etiqueta tem a funcionalidade 3 em 1, ou seja, mantém os recursos do passado e permite a introdução da tecnologia avançada permitindo a integração e múltiplas opções de uso. “Nada muda para o cliente”, comenta Vicente Troiano, diretor de Marketing e Vendas da Recall.
Do ponto de vista da eficiência, o RFID é infinitamente superior em agilidade de processamento e segurança das informações do que o código de barras. Para se ter uma idéia um leitor tradicional leva 27 minutos para escanear o código de barras de 280 caixas de documentos, enquanto com o RFID a operação leva 30 segundos cravados. “O ganho em escala é impressionante”, diz Carmona. Embora a Recall tenha absorvido os custos na implantação da nova tecnologia para os clientes, a etiqueta do RFID tem valor fixado em R$ 0,99 contra R$ 0,5 do código de barras – este investimento vai depender da vontade do cliente.
Hoje, a Recall já tem 2 milhões de caixas controladas com a tecnologia do RFID. “Em nove meses pretendemos atingir cerca de 8 milhões”, antecipa o presidente da Recall do Brasil, que confirma contratos já fechados.