A Continental anunciou que está levando a tecnologia Taraxagum, nome derivado da definição botânica da planta dente-de-leão, para a sua linha de pneus comerciais para caminhões e ônibus. O primeiro protótipo produzido a partir dessa matéria-prima é o modelo Conti EcoPlus HD3.
O cultivo do dente-de-leão tem potencial para se tornar uma fonte alternativa e ambientalmente amigável, ajudando a reduzir a dependência pela borracha natural tradicional. Além disso, essa planta pode ser cultivada nas regiões Norte e Oeste da Europa, o que encurta as distâncias de transporte para as fábricas da Continental no continente e reduz a emissão de CO2.
Há cinco anos, a Continental começou a trabalhar no desenvolvimento do Taraxagum. O dente-de-leão russo pode ser produzido em maiores quantidades por hectare do que a tradicional borracha "hevea brasiliensis", derivada das árvores tropicais. A empresa alemã também desenvolveu novos processos e métodos produtivos para obter a borracha para emprego não apenas na fabricação de pneus, mas também de outros produtos a partir da seiva de látex da raiz da planta.
Em 2014, a Continental apresentou seu primeiro pneu de inverno premium com banda de rodagem feita da borracha de dente-de-leão. No mesmo ano, foram iniciados os planos para a produção do primeiro pneu para veículos comerciais, que necessita de um volume de borracha natural significativamente maior (20 kg a 25 kg) em relação a um pneu de passeio (1 kg a 3 kg).
Os testes de desempenho com os pneus comerciais utilizando Taraxagum conduzidos pela companhia são promissores, demonstrando que a alternativa à borracha natural de origem tradicional é ideal para o setor de veículos comerciais e cumpre os mais rigorosos requisitos do segmento de transporte. A nova borracha de dente-de-leão deve entrar em produção em larga escala nos próximos cinco a dez anos.
No final do ano passado, a Continental anunciou a construção de um centro de pesquisas em Anklam, na Alemanha, para a produção de borracha de dente-de-leão e planeja investir cerca de € 35 milhões nesse novo local até 2021.