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GNL é apresentado como alternativa para descarbonização na indústria e logística

Uso do gás natural liquefeito reduz emissões em setores industriais e no transporte rodoviário e marítimo
Por Redacción el 16 de enero de 2025 a las 7h27
GNL é apresentado como alternativa para descarbonização na indústria e logística
Foto: Reprodução/Pixabay
Foto: Reproducción/Pixabay

O Brasil possui uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, com aproximadamente 88% da energia proveniente de fontes renováveis, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). No entanto, setores classificados como difíceis de descarbonizar por eletrificação (hard-to-electrify) e aqueles com processos industriais complexos (hard-to-abate) ainda apresentam desafios para a redução da pegada de carbono.

O gás natural tem sido apontado como uma das alternativas para esses setores. Dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que esse energético emite 47,7% menos carbono do que o carvão, 27,7% em comparação ao óleo combustível, 24,5% menos que o diesel e 11,2% menos que o gás liquefeito de petróleo (GLP).

Na indústria, o gás natural apresenta aplicações diversificadas. Segundo a International Gas Union (IGU), ele pode ser utilizado em processos como produção de vidro, cerâmica, cimento e fundição de metais. O energético também é usado na geração elétrica e contribui para a segurança energética, além de praticamente eliminar a emissão de materiais particulados, o que melhora a qualidade do ar em áreas urbanas.

GNL na descarbonização do transporte rodoviário
O setor de transportes responde por 33% do consumo energético do Brasil, conforme o Balanço Energético Nacional do MME. A frota de veículos pesados, majoritariamente movida a diesel, deve permanecer predominante até 2034, mas tecnologias híbridas e a gás natural começam a se destacar como alternativas viáveis para caminhões semipesados e pesados.

Uma iniciativa em andamento é a implementação de corredores logísticos abastecidos por gás natural liquefeito (GNL), energético que ocupa menor volume quando resfriado a -160 ºC, facilitando o transporte para longas distâncias. Em outubro, o ministro do MME, Alexandre Silveira, anunciou um projeto privado para a criação de um corredor de 3.000 quilômetros conectando o Porto de Santos (SP) ao Porto de São Luís (MA), com 35 centrais de abastecimento de GNL previstas até 2030.

No cenário internacional, o uso de GNL no transporte rodoviário também avança. A consultoria Wood Mackenzie estima que veículos movidos a gás natural substituirão aproximadamente 380 mil barris de diesel por dia em 2025. Na China, 42% das vendas de caminhões pesados entre janeiro e agosto de 2024 foram de modelos a gás natural, de acordo com a CV World.

O GNL também tem ganhado espaço no mercado B2B, sendo transportado para indústrias onde é regaseificado para uso em processos internos, atendendo a metas de descarbonização e critérios de ESG.

GNL no transporte marítimo
O transporte marítimo é outro segmento que busca alternativas ao bunker oil, combustível amplamente utilizado no setor. O relatório “Roadmap do Transporte Aquaviário”, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), aponta que mais da metade dos navios encomendados para operações internacionais utiliza gás natural em seus motores, com embarcações dual-fuel permitindo o uso combinado de GNL e bunker.

A expansão da infraestrutura de GNL acompanha essa demanda. O mercado global de liquefação cresceu 4,3% em 2023, segundo o World LNG Report. No Brasil, a importação de gás natural aumentou 111,5% nos primeiros três trimestres de 2024, em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior. Três novos terminais de GNL foram inaugurados no país em 2024, incluindo o Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP), com capacidade de 14 milhões de metros cúbicos por dia.

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