Vale e Komatsu assinaram um acordo para desenvolver caminhões fora de estrada bicombustíveis, movidos a uma mistura de etanol e diesel, em parceria com a Cummins. Serão os primeiros caminhões desse porte no mundo, com capacidade entre 230 e 290 toneladas, a utilizar etanol no tanque. A iniciativa faz parte do Programa Dual Fuel, que busca contribuir para a Vale atingir suas metas de redução de emissões de carbono de escopos 1 e 2 em 33% até 2030 e zerar as emissões líquidas até 2050.
O programa envolve a conversão dos motores a diesel de caminhões fora de estrada para uma mistura de etanol e diesel. Os caminhões adaptados utilizarão até 70% de etanol, com a previsão de redução nas emissões diretas de CO2 em até 70% comparado aos veículos movidos a diesel.
"A retirada do diesel das operações de mina é fundamental para atingirmos nossas metas de descarbonização", afirma José Baltazar, diretor de Engenharia para Operações de Mina e Usina da Vale. "A adaptação da frota existente sem a necessidade de novos caminhões é um excelente caminho para avançarmos no processo de descarbonização, mantendo foco em confiabilidade e eficiência produtiva".
Benjamin Stear, diretor de Engenharia, Desenho e Tecnologia de Produtos da Komatsu, reforça a importância da parceria para atingir as metas de redução de carbono até 2030. "Estamos ansiosos por estabelecer parcerias com nossos clientes para a gestão da mudança para os bicombustíveis, mantendo as operações produtivas".
O projeto prevê desenvolvimento, testes e implantação dos motores movidos a etanol e diesel pela Cummins nos próximos dois anos. Luke Mosier, gerente de Planejamento e Estratégia de Produtos de Mineração da Cummins, destaca a colaboração com a Vale e a Komatsu como um passo significativo para a inovação e redução da pegada de carbono.
As emissões de diesel representam 15% das emissões diretas de CO2 da Vale, sendo os caminhões fora de estrada os maiores consumidores de diesel e emissores. A escolha pelo etanol se baseia na ampla adoção desse combustível no Brasil, com uma rede de fornecimento estabelecida.
Ludmila Nascimento, diretora de Energia e Descarbonização da Vale, ressalta a vantagem competitiva do Brasil em biocombustíveis e a contribuição da parceria para reduzir as emissões diretas até 2030 com uma solução competitiva, além de fortalecer a indústria de baixa emissão no Brasil.
Em 2020, a Vale anunciou investimentos entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para reduzir suas emissões diretas e indiretas em 33% até 2030, visando zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, alinhada ao Acordo de Paris. A empresa também se comprometeu a reduzir em 15% as emissões líquidas de sua cadeia de valor até 2035.