A Opentech realizou, na última terça-feira, 17 de setembro, a segunda edição do Prêmio Mover. A iniciativa é um reconhecimento àquelas empresas que desenvolveram projetos de impacto no transporte a fim de superar os gargalos e particularidades que permeiam a atividade de movimentação de cargas no Brasil.
Segundo o CEO da Opentech, Duani Reis, os vencedores desta edição apresentaram entendimento quanto às diferenças regionais existentes no país e adotaram, por exemplo, a política de terem líderes locais. “Temos grandes oportunidades de agregar processos e tecnologias no setor de transporte brasileiro”, resume.
O diretor de Serviços da Opentech, Diego Gonçalves, explica que o objetivo do prêmio é valorizar as iniciativas, reconhecer as pessoas e compartilhar experiências. Para isso, as empresas concorrentes tiveram que apresentar quais eram os problemas e as complexidades operacionais, as funcionalidades utilizadas para sanar os gargalos e o formato de gestão aplicado. Ao final, era preciso, ainda, apresentar os resultados operacionais, de produtividade, qualidade e custos.
O Prêmio Mover 2019 contou com a inscrição de 16 projetos. Gonçalves revela que metade das ações fomentou soluções em logística e gestão de risco. Ao final, seis projetos finalistas foram premiados.
Agraciados
A Whirlpool desenvolveu uma solução a fim de reduzir sinistros e gerar eficiência logística. O projeto consistiu em integrar o departamento de risco com a logística, aplicando tecnologias e força de campo, tanto internamente quanto em terceiros. Alguns números revelam a eficácia do estudo, como 98% das entregas agora sendo monitoradas e redução de 55% de no-show.
Já a Friboi apresentou um case de redução de sinistros na operação de distribuição urbana na Grande São Paulo a partir da expedição dos itens do centro de distribuição localizado na Anhanguera. Os estudos reduziram em 94% o índice de sinistralidade e a meta é chegar ao final deste ano reduzindo em 97%.
Na Aliança Navegação o trabalho mirou a eficiência logística com a adoção de uma torre de controle. O projeto foi denominado Modelo de Ocorrências, com o uso da ferramenta Cockpit Operacional, que automatizou as análises e otimizou as informações para a tratativa de ocorrências. Entre os resultados estão a redução no tempo de entrega e estadia no cliente, além de agora ser possível reverter atrasos, agindo preventivamente, por exemplo, por conta da quebra de um veículo.
Redução de sinistros também foi a meta na AGV Health Nutrition, que desde que colocou o projeto em operação, em dezembro de 2018, não registrou mais eventos.
A Unilever apostou na integração do risco com a logística e já computa redução de 75% no índice de roubos e queda de 50% nas devoluções de entrega. Além disso, registra redução de 35% no tempo de espera na entrega.
O último agraciado, a Cootravale Transportes, possuía um elevado número de roubos, mas graças ao projeto começa a comemorar um novo cenário. A empresa realizou, por exemplo, um levantamento para identificar os motivos das ocorrências e identificou que novos motoristas – com poucas viagens realizadas para a empresa – ou aqueles que não eram cooperados, estavam mais suscetíveis aos roubos.
Entre as ações adotadas estão mais critério para contratar motoristas e a elaboração de uma matriz de risco, que indica se o motorista pode ou não movimentar determinada carga. Os resultados são satisfatórios e a companhia revela que atualmente não tem contabilizado prejuízos nas apólices de seguro.