A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) iniciou, na última qurta-feira, dia 26 de outubro, os serviços de remoção dos destroços do navio Ais Giorgis, que naufragou no estuário do Porto de Santos em 1974. A atividade tem como objetivo aprofundar o local para 15 metros, além de alargar o canal de navegação para 220 m.
Os restos do Ais Giorgis, compostos pela casa de máquinas e por partes do casco do navio, estão situados em frente aos armazéns 15 e 16 do porto, parcialmente cobertos por sedimentos. A Codesp realizará a remoção de 150 m3 de sedimentos contaminados, que serão transportados por uma tubulação interligada a um canteiro de obras na margem esquerda do porto. A dragagem será feita por meio de uma bomba de sucção instalada em uma embarcação de apoio. O trabalho será conduzido por mergulhadores, com o objetivo de impedir a dispersão dos sedimentos.
O material é direcionado para duas caixas, onde ocorre a separação das partes sólidas e líquidas. Os resíduos sólidos passam por um processo de secagem e, após análise, recebem destinação adequada juntamente com as partes líquidas.
Além do material contaminado, a obra deve dragar aproximadamente 3.500 m3 de sedimentos. Mergulhadores realizarão o corte dos destroços, que serão içados por um guindaste flutuante de grande capacidade e removidos por guinchos instalados no canteiro na margem esquerda. Os materiais serão descartados no polígono oceânico, espaço licenciado para receber material proveniente de processos de dragagem.
As atividades, que devem ser concluídas até março de 2012, fazem parte das ações da Secretaria Especial de Portos (SEP) para melhorar e adequar toda a infraestrutura portuária do País, e envolve recursos de cerca de R$ 17,9 milhões, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da própria Codesp.
O Ais Giorgis, pertencente à armadora Shipmeyr, naufragou no estuário do Porto de Santos no dia 8 de janeiro de 1974, após um incêndio a bordo, quando operava na descarga de caixas, sacos e tambores contendo leite em pó, óleo de pinho, resina e produtos químicos. Por oferecer risco a outras embarcações, na madrugada do dia 9 de janeiro de 1974, o navio foi puxado para o meio do estuário e encalhado próximo à margem esquerda do porto. No dia 8 de julho de 1979, um violento vendaval quebrou as amarras e arrastou a embarcação para o meio do estuário.