O Centro do Comércio de Café de Vitória e o Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais enviaram uma carta aberta às autoridades públicas, incluindo o Poder Concedente, Agência Reguladora, Tribunal de Contas da União, Governo do Estado do Espírito Santo e Autoridade Portuária, destacando o impacto socioeconômico do déficit logístico no estado.
Os signatários enfatizam que a principal função dos portos é agregar valor aos clientes, assegurando a movimentação segura e eficiente das mercadorias, sem congestionamentos que possam aumentar custos e inviabilizar negócios. A eficiência portuária depende de uma gestão que promova alianças público-privadas com responsabilidades claras e desburocratizadas.
Apesar das reuniões e tratativas no Comitê COMEX/ES, que incluíram a participação da Autoridade Portuária e representantes dos terminais e operadores portuários, não houve ações efetivas para melhorar a capacidade das operações portuárias, especialmente no terminal de contêineres. De acordo com as organizações que assinam a carta, esse cenário agravou os problemas logísticos no setor portuário capixaba, resultando em filas de navios, escassez de contêineres, dificuldade no controle dos gates, problemas nos sistemas de atendimento ao consumidor, falta de espaço para movimentação de carga e aumento de custos.
O Brasil é o quinto maior exportador de rochas naturais do mundo, com exportações anuais de cerca de US$ 1,2 bilhão. O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do país e maior produtor de café conilon, exportando para mais de 56 países. Essas cadeias produtivas dependem majoritariamente de contêineres para movimentação de mercadorias.
Desde o segundo semestre de 2023, o terminal de contêineres tem operado com uma taxa de utilização de 155% da sua capacidade natural, causando atrasos, cancelamentos de embarques e desvio de cargas para outros portos, como o do Rio de Janeiro. Apenas no setor de café, mais de 1 milhão de sacas foram desviadas nos últimos doze meses, equivalente a 16% do volume embarcado em Vitória no mesmo período. Em 2024, houve três omissões de embarcações programadas para atracar no Porto de Vitória, devido ao tempo excessivo de espera.
Diante dessa situação, os exportadores de café e rochas ornamentais pedem que as autoridades competentes tomem medidas para resolver os gargalos logísticos que afetam o setor portuário capixaba, atendendo à demanda dos exportadores.