No dia 24 de maio, a Polícia Federal deflagrou a operação Novos Rumos, o que gerou a prisão de quatro pessoas e a apreensão de mais de 1.470 kg de cloridrato de cocaína. O objetivo da operação era desarticular um grupo criminoso responsável pelo tráfico de cocaína em sua forma mais pura (cloridrato de cocaína) para a Europa, através de embarcações.
A PF cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, em endereços localizados na capital do estado, em Magé/RJ e Niterói/RJ.
Em nota, a Polícia Federal esclareceu que o grupo em questão - vinculado à principal facção criminosa do Rio de Janeiro - atuava com o armazenamento da substância entorpecente em depósitos localizados nas comunidades cariocas, para posterior remessa por meio de navios destinados ao continente europeu.
"Para ter acesso ao destino final dos navios de interesse, o grupo contava com o apoio de funcionários contratados do porto, que apresentavam as rotas das embarcações atracadas no porto do Rio de Janeiro. Além disso, mergulhadores profissionais - alvos de mandados de prisão preventiva - integravam o grupo criminoso e eram responsáveis por ocultar a droga nos cascos dos navios", pontua a nota da PF.
Como combater o tráfico de drogas nos portos brasileiros?
O caso reacendeu o debate sobre segurança portuária e como coibir o tráfico de drogas nos portos brasileiros. Com isso, a reportagem da Tecnologística entrou em contato com o gerente comercial da Eagle Soluções, Lavio Dalfovo, para discutir como a tecnologia pode auxiliar as empresas a reforçarem a segurança das suas operações marítimas.
Segundo Dalfovo, combater o tráfico de drogas nas embarcações não é uma tarefa fácil e simples, mas há soluções tecnológicas no mercado com capacidade de reduzir o risco significativamente.
"Existem câmeras de infravermelho com raio de 20 quilômetros, o sonar, entre outras tecnologias a depender da situação. As soluções estão disponíveis no mercado, o que falta é aplicar", pontua.
Segundo o gerente comercial da Eagle, a criação de uma nova norma obrigando o setor a possuir essas tecnologias seria fundamental no combate ao tráfico de drogas através das embarcações. Ele ainda explica que o investimento em uma solução completa pode variar em torno de R$ 5 milhões.
"Depende da situação, mas os portos faturam milhões e milhões, se os órgãos competentes quiserem cobrar, conseguririam sem problemas", afirma.
Na América do Sul, ainda não existem terminais portuários que utilizem essa tecnologia, conforme informações de Dalfovo. Para ele, apesar dos terminais ainda terem responsabilidade em investir em segurança, a maior responsabilidade pertence as transportadoras marítimas.
"Se uma pessoa for pega transportando droga no carro, quem é responsável? O dono do carro. Eu penso que esse tipo situação é de maior responsabilidade da companhia. O porto tem responsabilidade enquanto o navio está atracado, depois não tem como verificar", explica.
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