Companhia administra parceria entre transportadoras e fornecedores de cargas
Minimizar os impactos operacionais e oferecer alternativas de retorno às empresas, são os objetivos da e-Frete, companhia que há oito meses vem desenvolvendo soluções de gestão de fretes-retorno. Segundo o diretor de Operações da e-Frete, Otávio Farah, a empresa realizou um estudo e identificou que uma dificuldade existente em praticamente todas as transportadoras é consolidar a carga de retorno do caminhão. “Apesar de o frete de retorno ser um fator extremamente relevante na rentabilidade de uma operação, visto que um veículo voltando vazio representa um custo muito grande, as empresas têm dificuldade de operacionalizar o dia-a-dia destas voltas”, diz. Números do setor dão conta de que o frete-retorno implica em cerca de 50% de acréscimo nos custos de transporte.
De acordo com Farah, existem duas formas de resolver este gargalo. A primeira, diz, é vincular o retorno à área de negócio para que no momento da comercialização fique estipulada a venda dos serviços de ida e volta do veículo. A segunda maneira de minimizar os impactos do retorno é criar dentro da transportadora uma área de análise específica para resolver a situação. Farah, contudo, faz uma ressalva. “Existe o problema da escala. Em operações contínuas o retorno é garantido, mas em contratos novos, que não ocorrem operações correntes, o retorno torna-se problema”, diz.
Para superar as dificuldades, conta o executivo, a proposta da e-Frete é realizar um estudo a fim de entender toda a demanda de carga da empresa. “Queremos oferecer ao mercado foco e escala”, afirma. O diretor lembra, porém, que o trabalho da empresa não se restringe em oferecer o serviço às transportadoras de cargas. “Não somos departamento comercial de transportadora, nós sabemos arrumar apenas o retorno. Não vamos atrás de cliente, e sim, atrás de carga”, afirma.
Farah explica o papel da empresa. “Analisamos, por exemplo, que tipo de liberação cadastral o caminhoneiro da transportadora possui para que este profissional seja empregado na operação correta”, enfatiza. Tipo de rastreador, de veículo, o que a empresa pode e não pode transportar, roteiro e característica dos ativos são outros aspectos avaliados. “Realizamos este estudo em cerca de uma semana”, garante. O executivo admite, porém, que existem peculiaridades que variam de empresa para empresa. Por isso, avalia, um mês é o tempo estipulado para que todo o levantamento esteja concluído.
As informações são coletadas em reuniões feitas com as empresas. É trabalho do gerente de Operações da e-Frete entender toda a demanda da transportadora. Após isso, estas informações são consolidadas na companhia e cruzadas, com o auxílio de uma plataforma, com os dados dos fornecedores de carga. “Propomos a solução e o cliente aceita ou não”, resume. Em alguns casos, lembra, são oferecidos mais de um frete-retorno. Farah frisa que, na maioria das operações, as cargas de retorno não são do mesmo cliente que realizou o serviço. O executivo garante, ainda, que a e-Frete só opera com lotação, ou seja, o caminhão é carregado com produtos de apenas uma empresa.
As expectativas são positivas. O diretor anuncia que a empresa ainda procura parcerias com fornecedores de cargas. “Estamos buscando de acordo com a demanda das transportadoras, mas nossa meta para o final do ano é fechar com uma carteira de pelo menos 20 clientes, entre embarcadores, operadores logísticos e transportadores”, salienta.