As mulheres ainda possuem diversas barreiras no mercado de trabalho na busca por equidade de gênero. No segmento de logística, essa realidade não é diferente. Ao identificar isso, o Grupo Move3 passou a adotar uma política de contratação afirmativa e equidade salarial.
Atualmente, o grupo conta com 50% do corpo gerencial sendo formado por mulheres. “No total, são centenas de colaboradoras, especificamente 871 mulheres e 970 homens no grupo, exceto apenas pela Rodoê. Todos recebem igualmente de acordo com seus cargos”, conta Bruna Campos, gerente de RH.
De acordo com a empresa, a busca por equidade de gênero dentro da corporação tem aumentado os resultados. O SLA (Service Level Agreement) de atendimento ao cliente, por exemplo, subiu de uma média de 70% para 95% sob a gerência delas. “Percebemos que as mulheres, de forma geral, tem um jeito melhor de gerir e de alcançar resultados”, complementa Bruna.
No entanto, a empresa admite a dificuldade de conseguir uma paridade de gênero em alguns setores como tecnologia. Apesar do objetivo ser 50% de presença feminina, atualmente o nível está ainda em cerca de 12%. Entre motoristas há também bastante dificuldade. São 35 condutores, sendo todos homens.
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Para equalizar o cenário, o grupo se aliou a um programa da Mercedes-Benz, o movimento A Voz Delas. “A campanha foca na valorização das caminhoneiras e atenção para os problemas que enfrentam no dia a dia, bem como na inserção ou recolocação delas no mercado. Estamos com quatro vagas abertas destinadas a mulheres há sete meses, mas, até o momento, só conseguimos fechar uma”, retoma Bruna.
Benefícios da equidade de gênero
Entre os benefícios relatados pela própria experiência, Guilherme Juliani, CEO do Grupo MOVE3, aponta que está a diversidade de pensamentos. Segundo ele, isso pode levar a soluções mais criativas e inovadoras, além de melhorar a tomada de decisão e a retenção de talentos femininos.
“Quando as empresas promovem a equidade de gênero, elas podem garantir que os colaboradores estejam motivados e engajados em suas funções”, indica Juliani.
Ainda de acordo com Juliani, a imagem pública e a responsabilidade social das organizações são outros fatores de alta importância. “Uma imagem positiva da empresa pode levar a uma maior lealdade dos clientes e maior atratividade para os talentos do mercado. Mais do que isso, as empresas têm um papel essencial na eliminação da discriminação de gênero e podem, verdadeiramente, contribuir para uma sociedade mais justa”.