Pelo acordo, a brasileira será representante exclusiva dos tratores terminais europeus na América Latina
A Paletrans Carretas e a Mafi Transport Systems, produtora alemã de tratores terminais, anunciaram uma parceria de representação mútua e em regime de exclusividade de seus equipamentos em respectivos mercados de atuação. Pelo acordo, a fabricante nacional passará a vender os tratores europeus na América Latina em três principais setores: portuário, siderúrgico e na indústria de base. Por outro lado, a Mafi vai distribuir as carretas industriais brasileiras na Europa.
Este é o segundo passo do Grupo Unihold – ao qual pertencem a Paletrans Carretas, sua divisão de empilhadeiras e ainda a DiskTrans, do ramo de locação de paleteiras – em direção aos mercados Europeus. No primeiro negócio do tipo, fechado com a Pramac da Itália, a Paletrans Equipamentos fez sua estreia no exterior, com a venda de seis máquinas retráteis e onze torres no final de abril. (https://www.tecnologistica.com.br/site/5,1,16,24527.asp)
“Queremos aproveitar esse momento do Brasil, de desenvolvimento, para crescermos juntos e levarmos a nossa bandeira para o mundo”, explica Cláudio Camargo Penteado, diretor Geral do projeto de parceria, sobre o objetivo do Grupo Unihold, de expandir seus negócios também para o exterior. “Por outro lado, nosso país está em obras, com grandes obras de infra-estrutura e indústrias sendo construídas do zero ou se modernizando profundamente, o que nos abre muito mercado para vender equipamentos como os tratores da Mafi”, completa o executivo.
Equipamentos
A Mafi é a primeira fabricante de tratores terminais do mundo e é tão tradicional no ramo que o produto que fabrica é conhecido informalmente no Brasil pelo nome da marca. Suas máquinas têm aplicação principalmente em pátios de industrias pesadas e nas manobras de contêineres em portos, sendo esta última a primeira aposta da Paletrans. “O fato de o Brasil ainda usar caminhões nas retroáreas e nos pátios dos terminais está na contra-mão do momento do país, que é de crescimento e modernização. Na Europa essa prática não existe mais há tanto tempo, que nem sequer existem estudos que mensurem as vantagens de um trator terminal”, sentencia Penteado. “Nós estamos procurando parceiros que adotem em suas operações um trator Mafi acoplado a uma carreta Paletrans, sem custo e com motorista também cedido por nós, para que consigamos estabelecer uma comparação entre o caminhão e o novo equipamento, com base em dados comprovados”, informa.
Entre as vantagens, o executivo destaca a ergonomia e a visibilidade que o equipamento proporciona, uma vez que ele foi projetado para isso. Essas características se traduzem em segurança na operação, tanto para a carga quanto para o técnico que a estiver movimentando. Também contribui para a segurança o fato de os tratores terminais terem motorização própria para repetidas freadas e arranques, graças à frenagem rápida e excelente torque. Compacta e estreita, a máquina é muito mais ágil e oferece mais estabilidade nas curvas. São cinco modelos, todos movidos a diesel e com capacidades totais de carga que variam entre 80 e 150 toneladas.
Para o setor portuário, a Paletrans acredita que o modelo ideal é o MT25, com capacidade total de arrasto de 80 toneladas, 25 delas só na quinta roda. Com preço médio de 70 mil euros na Alemanha, o mesmo equipamento sairia no Brasil, acrescentados os impostos, por cerca de R$ 300 mil. “Esse preço pode baixar substancialmente se o cliente conseguir importar através do regime Repetro, específico para obras nos setores de petróleo e gás natural, mas sabemos que não é um produto barato”, pondera Penteado. Segundo ele, o valor do trator só aumenta, na Paletrans, a atenção com o pós-venda e a ênfase na informação de que a assistência técnica, em caso de necessidade, será feita em sua própria rede de 180 postos autorizados em todo o país.
Nenhuma das parceiras tem ainda uma meta de vendas estabelecida. Em um exercício de projeção sem compromisso, porém, o executivo cita que, ao fim de 2010, as exportações devem representar algo em torno de 10% das vendas do Grupo. “Mas é mesmo um ‘chute’, já que o nosso foco no exterior é parte de uma política de longo prazo, e não se resume em apenas vender”.