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Correios realizam audiência pública visando mercado de cabotagem

Estatal atenderá inicialmente um grande cliente ligado ao governo federal e pretende abrir a licitação em meados do próximo ano
Por Redacción el 30 de noviembre de 2017 a las 9h19 (atualizado às 9h51)

Os Correios realizaram, na manhã desta quarta-feira, 29 de novembro, a quarta audiência pública para debater a entrada da estatal em novos nichos de mercado. A empresa pretende prestar serviços de transporte de carga nos modais marítimo de cabotagem e terrestre na modalidade porta-a-porta. A princípio serão atendidas as regiões metropolitanas de Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Manaus em um contrato com um grande cliente que não teve seu nome revelado.

Na audiência foram destrinchados alguns detalhes das operações iniciais, que terão certa complexidade e uma faceta de protótipo por conta da experiência ainda tímida dos Correios no segmento de cabotagem. “Os Correios praticamente não investem nesse sentido e a ideia é mudar isso. Vemos esse mercado com muito potencial, por isso queremos testar ele, fazer experimentos”, disse Carlos Henrique de Luca Ribeiro, executivo da estatal e um dos coordenadores do projeto, em entrevista à Tecnologística.

Foto: Alex Tajra
Foto: Alex Tajra

“Não só em termos econômicos, mas essa fase inicial também vai ser importante para fazermos uma análise operacional. Manaus, por exemplo, sofre muito com essa questão da entrega. É uma cidade que tem esse problema e por outro lado é um lugar estratégico, já que tem uma estrutura muito avançada”, explica Ribeiro.

Nesse projeto inicial, onde os Correios atenderão um grande cliente ligado ao governo federal, os produtos serão coletados num raio de 150 km a partir da Praça da Sé, marco zero da capital paulista. Será aberta então uma licitação para os transportadores do país que se interessarem em levar essa carga aos destinos citados. “O que nós vamos fazer é colocar um contêiner nosso dentro do navio da empresa”, diz o executivo.

Contudo, segundo Ribeiro, as próximas operações podem envolver ainda mais localidades e atingir um raio maior em relação às grandes cidades. “Vamos fazer esses testes e ver como nos saímos. Somos um player novo nesse mercado, mas estamos com uma boa expectativa de aumento de carga e redução de custos”.

Os Correios, em linhas gerais, costumam abrir suas licitações, em termos de porcentagem, tanto para grandes empresas do setor – que realizam os processos de forma autônoma – como para os pequenos e médios operadores que terceirizam algumas partes da operação, como a contratação de navios. Nesse caso em específico, contudo, a estatal vai privilegiar as empresas médias para gerar mais desenvoltura no processo e estreitar as relações dos Correios com as companhias.

Segundo Ribeiro, ainda não existe um prazo fixado para o lançamento do edital que vai permitir as inscrições das empresas no projeto, mas a ideia é que esteja tudo concretizado até julho de 2018.

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