Solução nasceu nos EUA e foi transformada em mais uma Smart Solution global
A Ceva Logistics anuncia que está oferecendo ao mercado brasileiro o VMI (estoque gerenciado pelo vendedor, da sigla em inglês), como mais uma de suas chamadas Smart Solutions, que são soluções desenvolvidas especificamente para uma cadeia ou segmento e que são implementadas nos diferentes países em que a empresa opera, de acordo com a demanda do mercado. Normalmente, elas surgem de uma solução desenvolvida com muito sucesso para um determinado cliente, que se transforma em uma ferramenta baseada em um dossiê detalhado de atividades e procedimentos, que pode ser aplicada a várias empresas daquele segmento. Hoje, a Ceva já possui 17 Smart Solutions implementadas em todo o mundo.
No caso do VMI, a solução nasceu há três anos para um cliente nos Estados Unidos e chega ao Brasil devidamente tropicalizada, ou seja, adaptada à realidade do mercado local. Por conta da confidencialidade exigida em contrato, a Ceva não divulga o nome dos clientes que já utilizam a solução, apenas adianta que são das áreas automotiva e de tecnologia, funcionando para o abastecimento de linhas de montagem.
“As Smart Solutions são uma ferramenta de vendas fortíssima, porque já foram experimentadas em algum case de sucesso e vêm com um pacote de soluções, customizações e processos que se adequam muito bem a determinadas oportunidades”, afirma Milton Pimenta, responsável pelo desenvolvimento de negócios do setor de tecnologia da Ceva para o Brasil e América Latina.
Como nos casos clássicos de VMI, é o fornecedor quem gerencia o estoque do cliente, mas a Ceva faz a interface entre as duas pontas e fica responsável fisicamente pelo estoque, bem como pelo recebimento, armazenagem, consolidação das peças para entrega e pela própria entrega. A operadora também é responsável pela aplicação do sistema de controle, que foi desenvolvido internacionalmente por sua equipe e adaptado para o Brasil.
O sistema é que controla os níveis de estoque, avisando para o fornecedor quando o limite mínimo acordado é atingido e este deve fazer a reposição dos itens. A Ceva não é a dona do estoque, que pertence ao fornecedor até o momento da entrada do item no cliente. A operadora faz o controle avançado desse estoque e o abastecimento mediante demanda, provendo a visibilidade total, tanto para o fornecedor quanto para o cliente. “Um sabe quando deve puxar o estoque e o outro, quando deve repor”, resume Pimenta.
Além do sistema, a Ceva é responsável por todo o desenho do escopo e sua operação. Ela trabalha com dois modelos: de fornecedor nacional e internacional. Neste último, a operadora trabalha em parceria com um porto seco, para que as peças fiquem armazenadas sem a incidência de impostos de importação, podendo ser nacionalizadas conforme a necessidade. Ela também opera com hubs avançados, que mantêm o estoque mais próximo do país.
Já para os fornecedores localizados em território nacional, o estoque fica sempre com a Ceva. Pimenta explica que esta, aliás, é uma das grandes vantagens para o cliente, que, ao invés de gerenciar os estoques de vários fornecedores, só precisa controlar o da Ceva. “A solução funciona pelo conceito de One Stop Shop. Entregamos sempre um mix de 20 ou 30 itens ao mesmo tempo, de vários fornecedores, e temos horário de corte para o recebimento do pedido e para colocação dos itens que temos que consolidar para entregar.” A periodicidade de entrega irá depender do acordo feito com cada cliente.
Segundo o executivo, as vantagens da adoção do sistema são inúmeras, tanto para o fornecedor quanto para o cliente. Para o primeiro, a principal delas é ter uma previsão mais balanceada, com menor variação na demanda, já que o sistema está integrado com a fábrica do cliente e pode fornecer forecasts mais precisos e atualizados.
Já para o fabricante, as vantagens são o postponement do inventário, o que gera maior fluxo de caixa – ele não tem inventário nem físico, nem financeiro; a redução da necessidade de espaço na fábrica, podendo ampliar a área produtiva; a visibilidade; a consolidação e a garantia de fluxo de fornecimento.
Colaboração
Pimenta destaca a colaboração como uma característica forte da solução, já que deve haver visibilidade do estoque e das necessidades, tanto dos clientes quanto do fornecedor. “Sem dúvida, é um trabalho a seis mãos”, ressalta. “Uma vez que a previsão é enviada ao fornecedor, ele tem a obrigação de abastecer naquela quantidade e prazo.”
Segundo ele, com o crescimento da demanda no Brasil, a solução vem sendo muito buscada pelos clientes, e com isto deve continuar em franca expansão. Pimenta acredita que deverá ter novos contratos nesta Smart Solution ainda este ano, mas salienta que esta não é uma solução rápida para implementar, pois exige perfeito alinhamento de sistemas, o engajamento dos fornecedores, a definição do escopo de trabalho, de indicadores de performance, fluxos e premissas. “A parte operacional é bem detalhada.” Desde que começou a trabalhar com a solução, a Ceva já investiu nela cerca de US$ 500 mil.
Quanto à aplicabilidade do VMI nos demais países da região, Pimenta aponta a Argentina, além do Brasil, como mercado-alvo. “São os dois países mais industrializados da região. Os demais são predominantemente importadores e não vejo o VMI com tanta procura nestes mercados.”
Leia mais sobre as Smart Solutions da Ceva na edição nº 168 da Tecnologística (Novembro de 2009) ou em: https://www.tecnologistica.com.br/site/5,1,26,25867.asp