Negócio da China

AGM Logística, lança no mercado a SASS Máquinas, nova unidade de vendas e locação de empilhadeiras que inicia suas atividades com duas marcas chinesas

A busca de soluções para suprir as demandas dos seus clientes em suas operações no mercado, sempre foi uma preocupação constante da AGM Logística. Com base nisso e em suas próprias necessidades, a empresa amadureceu a intenção de investir em empilhadeiras e equipamentos de movimentação – e essa é a principal novidade da empresa na Movimat evento a ser realizado no início de agosto.

Segundo Raul Werneck de Castro, presidente da empresa, para iniciar a nova empreitada ele seguiu juntamente com Octávio Muniz, diretor Administrativo Financeiro, para a China a fim pesquisar fornecedores alternativos e custos de produtos mais equânimes – até mesmo para aproveitar a maré favorável do dólar. “A idéia era comprar máquinas próprias para ter uma frota disponível para atender aos clientes, porque um de nossos pilares de serviços mais fortes é justamente o setor de equipamentos de movimentação”, comenta Castro. Porém, lá o objetivo evoluiu.

Quando os executivos visitaram uma feira especializada, no Cantão, uma das regiões mais industrializadas da China, constataram pelo menos dez marcas de empilhadeiras com boa tecnologia. “Resolvemos nos aprofundar e permanecemos no país por 20 dias para tentar fechar alguma parceria com os fabricantes locais, pois o nicho de locação está muito atrativo no Brasil”. O que eles acabaram descobrindo é que, naquele país, o conceito de representação exclusiva não é aplicado à cultura local – lá o negócio é vender.

De todas as marcas consultadas, duas se destacaram por se aproximarem mais das condições de operação no país – a Feeler e a Ruyi. Assim mesmo, foi fechado um acordo por dois anos com ambas, mediante a compra de um lote de 15 máquinas entre empilhadeiras (para 2,5 toneladas, elétricas e à combustão) e paleteiras (modelos para 4 t e 10 t), com pacote de serviços e peças incluso. O investimento inicial – sem especificar modelos e outros – foi de R$ 400 mil.

O primeiro lote foi adquirido para uso próprio. “Testamos os equipamentos por seis meses e avaliamos a necessidade de ‘tropicalizar’ alguns itens, em especial o sistema de arrefecimento do motor, devido às diferenças de temperaturas encontradas nos ambientes operacionais da China e do Brasil”, conta. “Fizemos um RX das dificuldades de cada modelo na operação e definimos modificações porque os armazéns no Brasil podem alcançar temperaturas de 45ºC a 50ºC, o que levava ao superaquecimento e fadiga do sistema de refrigeração”.

Como muitos motores são japoneses – a maioria de Mitsubishi, Isuzu e Nissan –, iguais ao daqui, não houve tanta dificuldade de promover mudanças. Com isso, a AGM acabou formando um elenco de 20 fornecedores brasileiros para prover peças mais adequadas aos padrões daqui. Hoje, seis meses depois já são produzidos no Brasil 1.500 itens (mangueiras, filtros, conexões, correias e peças de maior desgaste), que representam 5% do total. A diferença de preço de equipamentos acabados, entre importar e comprar aqui, é bastante competitiva. Por exemplo, enquanto uma empilhadeira de marca renomada de 2,5 t GLP custa no Brasil R$ 70 mil, uma chinesa atinge R$ 50 mil.

Embora a SASS ainda não tenha sido lançada oficialmente no mercado, isso ocorrerá na Movimat, Castro garante que já está implantando a rede de assistência técnica e pós-venda no Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e Espírito Santo. O próximo passo é chegar ao Nordeste. “Vamos dar garantia de 12 meses ou 2 mil horas”. A empresa, atualmente, está em fase de contratação de profissionais para as áreas comercial e técnica. “Nossa idéia é estabelecer um mix de 80% para locação e 20% para venda”, completa Castro. Os modelos serão apresentados durante o evento.

www.agmlogistica.com.br