Log-In investe na multimodalidade

Empresa adquire frota de implementos para otimizar operação do Trem Expresso e assume etapa rodoviária da cabotagem

A Log-In Logística Intermodal iniciou, no mês de abril, operação própria de transporte rodoviário de cargas. A novidade foi implementada junto ao serviço Trem Expresso e abrange as pontas das linhas São Paulo-Salvador, Vitória-Triângulo Mineiro e São Paulo-Centro-Oeste. Com a introdução da novidade, a meta é melhorar o nível de serviços e atender com mais rapidez aos clientes com necessidade pontuais de entregas.

Para isso, a empresa investiu R$ 3,8 milhões com recursos próprios para a aquisição de 74 semi-reboques, conduzidos por carretas agregadas. O diretor de Serviços da Log-In, Marcelo Arantes, conta que os equipamentos, adquiridos no final de 2007, começaram a ser entregues na primeira quinzena de março. Ao final do mês todos já estavam à disposição – 34 unidades em Sumaré (SP), 20 em Camaçari (BA), dez em Anápolis (GO) e dez em Uberlândia (MG).

A primeira operação já foi realizada. Arantes informa que a empresa fez a coleta de produtos na fábrica da Ypê, em Amparo (SP), e os transportou, por rodovia, até Sumaré – cidade onde se localiza o terminal ferroviário. Empresas como Ford e Unilever, instaladas próximas ao município, também utilizarão os serviços rodoviários da Log-In. “Nesta região, estimamos realizar cerca de 40 coletas por dia”, diz.

Na opinião de Arantes, a operação própria agrega segurança, tanto para a Log-In quanto para os clientes. Ele cita o exemplo dos caminhoneiros agregados. “Os motoristas passaram por uma rigorosa seleção e foram avaliados por uma agenciadora de risco”, afirma. Além disso, diz o executivo, agora há maior confiabilidade nas informações geradas pela operação de transporte, uma vez que todos os veículos são rastreados e monitorados.

O diretor de Serviços faz outra ressalva e explica o porquê de a empresa assumir o controle do modal rodoviário. “O trem é um transporte que não tem a previsibilidade de que gostaríamos. Ao agregar o rodoviário, passamos a oferecer uma opção a mais aos clientes com urgência de transit time ou outras necessidades específicas”, resume.

Neste caso, a companhia também já operacionalizou um transporte, enviando à fábrica da Mitsubishi em Catalão (GO), por meio de rodovia, produtos coletados em Santos. “No setor automotivo há um volume grande de estoque, mas, eventualmente, há a necessidade do recebimento mais rápido. Quando isso ocorre, realizamos o rodoviário para o cliente, baixando de cinco para dois dias o prazo de entrega na cidade goiana”, salienta.

Projetos

Arantes se diz otimista quanto ao potencial de crescimento das operações. Ele lembra, contudo, que a principal vantagem observada até o momento é a melhora no nível de serviço. “Percebemos que uma parte pequena da cadeia, formada pelas etapas rodoviárias realizadas por terceiros, tinham um impacto negativo em nosso nível de serviço como um todo”, reconhece.

Os objetivos já estão traçados. “Vamos verticalizar. Com a operação rodoviária própria, conseguimos melhor produtividade para ampliar a malha”, frisa. Hoje, conta Arantes, o raio máximo de coleta são 200 km, mas com a nova estrutura a idéia é expandir, mantendo a competitividade, para até 300 quilômetros a partir dos terminais ferroviários. “Estamos rodando em média 500 mil km por mês em rodovias, um aumento de 100%, frente ao que percorríamos no primeiro trimestre de 2007”, salienta.

O modal rodoviário também será aplicado com mais eficácia para complementar o serviço de cabotagem da Log-In. Atualmente, a intermodalidade é utilizada em dois serviços: entrega de carga no porto e serviço porta a porta, este último, 50% realizado por terceiros e o restante por empresas parceiras. “Até o final do segundo trimestre metade da operação porta a porta será efetuada com estrutura própria, mas nosso plano é assumi-la toda”, diz.

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