Sob o comando do grupo Triton, empresa torna-se fornecedora também de empilhadeiras e transpaleteiras
Com o segmento de movimentação de produtos em alta e centros de distribuição abarrotados devido ao aquecimento da economia, a Dematic, agora sob o comando da Triton, aproveita a ocasião para iniciar a produção de empilhadeiras e transpaleteiras no país. Segundo Valério Zorzi Garcia, CEO da empresa no Brasil, além de manter a tradição em soluções e sistemas para movimentação de materiais, como transportadores contínuos, flexíveis e móveis, sorters e subsistemas classificadores e transportadores para carga e descarga, entre outros, a empresa decidiu diversificar sua linha de produtos para participar do crescente segmento de empilhadeiras e transpaleteiras manuais e elétricas para até três toneladas, com versões patoladas e retráteis.
A iniciativa de produzir empilhadeiras no país ocorreu no momento em que a empresa havia concluído uma fase drástica de mudanças organizacionais, após ser adquirida pelo grupo europeu Triton e desligar-se da Siemens. Para encontrar novas possibilidades de resultados, a atual gestão decidiu centrar o foco da empresa apenas no fornecimento de soluções para a movimentação de materiais. “O ano de 2006 foi muito difícil, como é toda fase de reestruturação. Agora, a Dematic está pronta para seguir em frente”.
O ingresso da Dematic no segmento de empilhadeiras e transpaleteiras, nicho que até então a empresa não havia explorado, dá início também a uma nova fase de crescimento, estabelecendo um mix diversificado e gerando uma alternativa inédita de captação de receita.
“A nossa linha de produtos é competitiva em tecnologia, qualidade e preço, o que contribuirá para o crescimento do nosso faturamento”, afirma Garcia. Segundo ele, as vendas começaram bem – em meados do segundo semestre passado –, até porque as primeiras 40 unidades foram requisitadas por clientes da própria carteira, usuários de sistemas e sorters da marca. A intenção da Dematic com a novidade é suplantar o faturamento de 2006, de R$ 30 milhões, para atingir a meta de R$ 70 milhões em 2007. E o executivo vai além: “A expectativa é de que o ano de 2009 seja ainda melhor, pois a Dematic já está preparada para crescer”.
Para isso, a linha de montagem de empilhadeiras da empresa já está operando a todo vapor e em fase acelerada, pois o primeiro lote foi vendido em curto espaço de tempo, registrando – nos dois primeiros meses de produção – um incremento de 5% nas vendas. A estrutura da Dematic conta com 30 distribuidores no país, mas a empresa já está ampliando a rede para otimizar a cobertura, em especial para prestar assistência técnica e pós-vendas.
O vai-e-vem
A trajetória da Dematic é marcada por muitas transições, desde que foi criada em 1939, nos EUA, sob a denominação de “Grand Rapids”. Em 1964, passou a ser controlada pela Rapistan, nome que lhe rendeu reputação e credibilidade no mercado mundial. Em 1992, a alemã Mannesmann Demag, especializada em equipamentos para armazéns verticais e transelevadores, assumiu a empresa, permanecendo como sua mantenedora até o ano 2000, quando a divisão de Logistics and Assembly Systems da Siemens a assumiu. Finalmente, em 2006, a divisão de máquinas de movimentação de materiais Dematic foi vendida para o grupo europeu Triton, que já controla outras empresas do segmento logístico.
Nesse último período de reestruturação, a Dematic aproveitou toda sua experiência ao longo desses anos e recrutou os melhores profissionais que haviam atuado nas gestões anteriores, formando, no Brasil, um time de 50 engenheiros especializados. Com isso passou a atuar também como provedor logístico, realizando projetos com soluções completas para seus clientes, além mudar também sua forma de abordar o mercado, tornando-se mais exigente na busca de resultados.
A divisão de sistemas da empresa também está em franco crescimento, sendo que o volume de pedidos já garantiu o faturamento de todo o ano de 2008.
Para se ter uma idéia da abrangência de sua atuação neste setor, a Dematic começará a instalar, para a Perdigão, dois armazéns refrigerados de 35 metros de altura e vendeu 14 novos equipamentos. Para a Celmi e Tramontina, foram projetados armazéns verticais; um CD para a Weg; separadores para a Malve; sistema AGV (Automatic Guided Vehicle) para a Eurofarma; e um sistema de eletromonovia para a Natura; além de transportadores contínuos para a Avon, White Martins, Dimarosa, Reval, Fagal, Drogaria Pacheco, Concreta, Marcopolo, Arcor e outras.