Empresa transferirá capacidade produtiva para implementos rodoviários
Fabricante de implementos para o transporte de cargas terrestres, as Empresas Randon fecharão 2006 sem grandes novidades no segmento de vagões ferroviários. Desde a sua planta localizada no município de Caxias do Sul (RS), foram comercializadas 581 unidades exclusivamente no primeiro semestre do ano, das quais 481 vagões hopper para o transporte de grãos e 100 vagões-tanque para combustíveis.
A comercialização de vagões ferroviários, cuja fabricação foi iniciada em 2004, representou 20% da receita líquida da Randon Implementos no primeiro semestre do ano. Nestes dois anos de operação, a empresa já produziu mais de mil vagões ferroviários e a projeção é de fechar o ano com uma participação no mercado nacional de 14,5%.
Segundo Celso Santa Catarina, diretor Industrial e de Tecnologia da Randon Implementos, a empresa trabalha com a perspectiva de baixas demandas em 2007. “Houve uma queda nas vendas de vagões ferroviários no segundo semestre deste ano e a nossa produção parou”, explica ele. Enquanto em 2005 a produção total brasileira fechou o ano com sete mil unidades, a previsão para 2007 é de a demanda no país não ultrapassar mil vagões.
Para enfrentar este quadro, a Randon desenvolveu um processo de produção flexível e realocou os seus recursos para a produção de semi-reboques rodoviários destinados ao setor canavieiro, cujas encomendas foram antecipadas no terceiro trimestre e tornaram possível a programação da produção no final do ano, um período tradicionalmente menos aquecido.
“Esta queda nos negócios não causará um grande impacto em nossa receita, ao contrário das empresas especializadas na produção de implementos para o setor ferroviário, que sofrerão mais”, acredita Santa Catarina. “Se dependêssemos exclusivamente do segmento, o ano de 2007 não seria bom”. Atualmente, segundo o executivo, a empresa está participando de negociações para o fornecimento de vagões, mas não há nenhum contrato fechado. Apesar do quadro não prometer grandes negócios em 2007, a empresa diversificará a sua linha de produtos ferroviários com o desenvolvimento de vagões gôndola, destinados ao transporte de minérios a granel, e de vagões plataforma, para cargas em geral. “Estes novos modelos não serão destinados a um cliente específico, mas sim oferecidos ao mercado em geral”, acrescenta o executivo.