Scania projeta estabilidade no mercado de caminhões em 2025

A Scania projeta estabilidade para o mercado de caminhões em 2025, com desempenho semelhante ao do ano anterior. A empresa aponta as taxas de juros como fator central para definir a demanda do setor. Segundo Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções da Scania Operações Comerciais Brasil, alguns segmentos devem registrar queda na demanda, enquanto outros podem apresentar crescimento.

Em 2024, o mercado iniciou o ano em retomada, mas o cenário de 2025 é diferente devido ao desaquecimento registrado nos três últimos meses do ano passado, influenciado pelo aumento das taxas de juros. Apesar disso, Nucci avalia que o ritmo das atividades segue dentro da normalidade. O impacto das taxas de juros deve ser mais evidente após o primeiro trimestre, quando haverá mais clareza sobre o potencial de crescimento ou retração do setor.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima crescimento de 1,3% nas vendas de caminhões e estabilidade na produção. A previsão inicial era de crescimento de até 5%, mas desafios relacionados ao câmbio, taxa de juros e restrição de crédito podem limitar a expansão. Nucci destaca que, apesar de um Produto Interno Bruto (PIB) projetado para crescer entre 1,5% e 2%, a taxa de juros será um fator decisivo para o desempenho do mercado.

Alguns segmentos apresentam tendência de queda. O setor de cana-de-açúcar pode ter redução de 10% na demanda devido aos impactos das queimadas ocorridas no ano passado. A construção civil, que teve bom desempenho em 2024, pode enfrentar estabilidade ou retração, influenciada pela redução de investimentos em infraestrutura e pelas taxas de juros elevadas.

Outros setores devem registrar crescimento. O segmento de carga frigorificada tem previsão de aumento entre 4% e 5%, impulsionado pelo câmbio favorável à exportação. O agronegócio pode crescer entre 9% e 10%, beneficiado por condições climáticas favoráveis e projeção de safra de 320 milhões de toneladas. O setor de mineração tende a se recuperar, impulsionado pelo aumento da demanda chinesa. A indústria de celulose também deve manter investimentos para expansão da produção.

O setor de carga geral e industrializada apresenta projeção de crescimento, impulsionado pelo e-commerce. O aumento da capacidade de renda e o baixo nível de desemprego são fatores que contribuem para essa tendência.

A Scania manteve sua estratégia no mercado, com um portfólio que inclui modelos semipesados e extrapesados. Em 2024, a empresa registrou 19.142 emplacamentos, um crescimento de 53,8% em relação a 2023. No segmento de pesados, as vendas aumentaram 49,8%, alcançando 17.407 unidades. A Fenatran contribuiu para o volume comercializado no primeiro trimestre de 2025.

A produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) segue em ritmo normal, sem desafios logísticos na cadeia de suprimentos. Os prazos de entrega variam entre 45 e 90 dias.

Os modelos semipesados e caminhões para o setor de cana lideram as vendas da empresa. O segmento de agronegócio deve impulsionar a demanda por caminhões 6x4 no primeiro trimestre, especialmente durante a colheita da soja. Posteriormente, há tendência de crescimento do modelo 6x2, voltado ao transporte de carga industrializada.

O agronegócio segue como um dos principais setores do mercado, movimentando carga ao longo do ano em portos, ferrovias e terminais. A demanda por caminhões pesados deve se manter, acompanhando a movimentação de commodities e produtos de maior valor agregado.