Porto privado é nova opção para escoamento de soja na Bahia
Desde o último dia 15 de maio, as empresas de agronegócio na Bahia estão contando com a C. Port (Porto Cotegipe) para as operações de exportação da soja plantada no oeste do Estado. “Começamos a estocar a soja em grãos no mês de maio e, na primeira quinzena de julho, devemos receber o primeiro navio graneleiro para a exportação do produto”, afirma Sérgio Faria, vice-presidente do Grupo TPC, responsável pelas operações e exploração comercial do porto. O C. Port é uma instalação portuária localizada nas margens do canal de Cotegipe, no interior da Baía de Todos os Santos.
Para começar a prestação dos novos serviços, a empresa conta no local com um armazém com capacidade de 100 mil toneladas, quatro silos verticais de 7,5 mil toneladas cada, e, de acordo com a demanda, poderá construir mais um armazém em uma área já reservada, também de 100 mil toneladas, todos para exportação de grãos. Para as operações de importação, a empresa possui 22 silos verticais, com capacidade total de 80 mil toneladas.
Para os clientes, as vantagens apontadas pela empresa com a nova opção de escoamento da soja são o barateamento de toda a cadeia logística, o carregamento mais rápido e as perspectivas de utilizar o transporte ferroviário a médio prazo. “Nosso terminal está localizado a 6 km do ramal ferroviário e já há negociações com a Ferrovia Centro-Atlântica para a construção da conexão”, afirma Faria. “Deve-se levar em conta também o menor percurso da região produtora da soja (Barreiras e Luís Eduardo Magalhães) para a Baía de Todos os Santos em comparação a Ilhéus, e existe ainda a vantagem da carga de retorno. O caminhão nunca volta vazio da baía, o que não acontece com o porto de Ilhéus, que penaliza o produtor com o frete morto”, completa Faria.
Para realizar a movimentação dos grãos, a empresa dispõe de um shiploader e um sistema de correias transportadoras inteiramente coberto, ambos com capacidade de duas mil toneladas/hora, além de projeto modular com até três berços de atracação. O porto pode receber navios de até 70 mil TPB (toneladas de porte bruto) e já está em planejamento a realização de uma dragagem para permitir a atracação de navios de maior comprimento.
“A dragagem que estamos programando não será para aumentar a profundidade do porto, mas a profundidade da bacia de evolução para navios com comprimento maior. Hoje, trabalhamos com navios de 205 metros e queremos a expansão para navios com 240 metros”, explica Faria. O projeto já está pronto e está em fase de obtenção da licença ambiental.
A expectativa da empresa é de que o segmento de granéis sólidos seja o carro-chefe das exportações, mas a movimentação de cargas deve incluir também a celulose, a madeira, os fertilizantes e o granito. Esta é uma expansão dos negócios do C. Port, cujo início das operações foi em outubro de 2005 com as importações de trigo para o M. Dias Branco, grupo de 12 empresas do setor de massas alimentícias e biscoitos. “Utilizamos o terminal principalmente para trazermos trigo, mas os planos são de estender as nossas operações para exportações”, explica Luís Eugênio Pontes, diretor do M. Dias Branco.