O setor de transportes no Brasil gerou 21.011 empregos formais em maio de 2024, conforme o Boletim de Conjuntura Econômica da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Este crescimento foi impulsionado pela maior atividade econômica e pela demanda por serviços de transporte.
Nos primeiros três meses de 2024, foram criadas 31.847 novas vagas formais no setor, com 22.561 dessas vagas no transporte rodoviário de cargas, destacando a importância desta área para a economia nacional. Raquel Serini, coordenadora de Projetos do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), afirmou que o aumento da população ocupada teve efeitos positivos sobre o consumo.
O setor de serviços representa 59% do PIB nacional e 29% da geração de empregos, segundo o IBGE. O aumento de 0,3% no volume de serviços e a suspensão da reoneração da folha de pagamento em 17 setores, incluindo o transporte rodoviário de cargas, são fatores que contribuíram para a confiança dos empresários em novas contratações.
Contudo, desafios como a suspensão da desoneração da folha de pagamento, que aumentará significativamente os impostos pagos pelas empresas de transporte, podem comprometer o desempenho futuro. A mudança pode elevar a taxa de contribuição previdenciária das empresas de 1,5% para até 6%.
Além disso, há uma crescente demanda por profissionais operacionais, especialmente motoristas. A falta de pessoal qualificado é uma preocupação que impacta a capacidade do setor de atender à demanda crescente por serviços de transporte. As condições de trabalho desafiadoras, a falta de infraestrutura adequada, longas jornadas de trabalho e salários baixos desmotivam os jovens a ingressar na profissão.
Para enfrentar esses desafios, Raquel Serini destaca a necessidade de focar nas habilidades comportamentais e na diversidade nas organizações. O avanço tecnológico também exige que os profissionais estejam capacitados para operar veículos mais inteligentes e eficientes, oferecendo uma vantagem competitiva no mercado.