Universidade Federal de Pelotas recebe apoio do porto rio-grandino em projeto de reativação da navegação da Lagoa Mirim
Integrar os países do Mercosul e melhorar as relações comerciais são os objetivos da aliança firmada pela Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg), Superintendência de Portos e Hidrovias do Estado (SPH) e Universidade Federal de Pelotas (UFPel) no projeto “Hidrovia do Mercosul: Bacia da Lagoa Mirim, um Corredor Natural de Exportação Mercosul”. A intenção da proposta é reativar a navegação da Lagoa Mirim formada pelos rios Jacuí e Taquari, entre outros, que se ligam à Lagoa dos Patos pelo rio Guaíba, formando um eixo importante para o intercâmbio comercial entre Brasil e Uruguai.
Uma vez implantada a hidrovia, a movimentação de cargas do lado brasileiro poderá ser efetuada nos portos fluviais de Estrela, Cachoeira do Sul, Porto Alegre, Pelotas, Jaguarão e Santa Vitória do Palmar, enquanto no lado uruguaio seriam utilizados os terminais a serem construídos nas margens do rio Cebollati, afluente da Lagoa Mirim.
A hidrovia, que se desenvolveria ao longo de 650 km entre as cidades de Santa Vitória do Palmar e Estrela, poderia contemplar o escoamento de cargas uruguaias destinadas à exportação pelo Porto do Rio Grande, especialmente madeira e arroz, e ao consumo de produtos daquele país no Rio Grande do Sul, além de interligar os pólos de Montevidéu e São Paulo, formando um corredor interior de transportes.
O projeto também aponta vantagens ambientais como a retirada de 500 mil a três milhões de toneladas de cargas por ano da BR 471 (Chuí/Rio Grande), que cruza a maior reserva ecológica do Sul do país, o Taim.
A UFPel e a Agência da Lagoa Mirim (hoje vinculada à universidade), agora com o apóio do Porto do Rio Grande e da SPH, estão em tratativas com o Ministério dos Transportes e com o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) para inclusão do projeto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, que prevê investimentos de R$ 735 milhões em hidrovias. Entre as obras previstas no projeto, estimadas em 38 milhões (R$ 20 milhões no lado brasileiro e R$ 18 milhões no lado uruguaio), estão a recuperação e modernização do Porto de Santa Vitória do Palmar, as dragagens e a construção de terminais no Uruguai.