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Fundação Dom Cabral lança a Plataforma de Infraestrutura e Logística de Transportes

Ferramenta tem como objetivo diagnosticar, analisar e projetar a infraestrutura em um planejamento de longo prazo
Por Redacción el 21 de junio de 2018 a las 17h00 (atualizado em 22/06/2018 às 11h33)

A Fundação Dom Cabral (FDC) apresentou hoje, dia 21 de junho, em evento realizado em São Paulo, a Plataforma de Infraestrutura e Logística de Transportes (Pilt), uma iniciativa do Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da instituição que utiliza o conceito de big data analytics para, utilizando supercomputadores, diagnosticar, analisar e projetar a infraestrutura de transporte nacional.

A plataforma vem sido desenvolvida há um ano e trabalha com informações de diversos bancos de dados de órgãos como a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Ministério dos Transportes para desenvolver estudos georreferenciados e simulações multivariadas. De acordo com a própria FDC, trata-se do sistema com a mais quantidade de dados sobre a infraestrutura de transporte em todo o país.

A Pilt foi desenvolvida com o apoio de recursos financeiros de instituições privadas como CCR, VLI, Arteris, EcoRodovias e Queiroz Galvão e tem como um dos principais preceitos a democratização das informações. “Nossa proposta é contribuir com governos, entidades de classe e empresas privadas na identificação de projetos estruturados da rede multimodal de transportes, no contexto de um planejamento de longo prazo”, analisa Paulo Resende, diretor da Pilt e coordenador do Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura.

Com a novidade, a FDC pretende estimular a reflexão sobre a infraestrutura de transporte no Brasil e fomentar projetos realmente significativos. “A existência de um centro técnico avançado qualifica o debate entre o investidor e o poder público. A qualificação das discussões reduz a assimetria de informações hoje predominante no Brasil”, afirma Resende.

De acordo com ele, a plataforma apresenta alguns pontos básicos que merecem destaque. O primeiro é o rigor técnico aplicado e a imparcialidade dos resultados obtidos. “Sem relações com partidos, legendas e grupos de interesse”, destaca. O segundo ponto se refere à disponibilidade das informações e também das metodologias aplicadas nos estudos, tudo completamente aberto à sociedade. Qualquer pessoa pode acessar a plataforma, hospedada no site da fundação.

Por fim, Resende destaca que a FDC não é uma consultoria, por isso não tem qualquer participação nas decisões sobre onde é preciso investir, mas apenas fornece informações por meio da Pilt para auxiliar nas tomadas de decisões. “Nosso compromisso é com a melhoria da infraestrutura brasileira. O objetivo é estimular investimentos, e investimentos de qualidade”, completa o diretor.

Multimodalidade

Para introduzir a Pilt, a FDC apresentou um diagnóstico a respeito da logística nacional considerando como horizonte o ano de 2035. Dentre os resultados obtidos, merece destaque a projeção da matriz de transporte nacional. De acordo com a análise, ainda que todos os projetos de infraestrutura em desenvolvimento sejam concluídos, como a Ferrogão, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste e a Hidrovia do Madeira, por exemplo, o Brasil ainda continuará sendo um país altamente dependente do modal rodoviário.

Segundo os dados da plataforma, 52,7% das cargas que circulam no país são movimentadas em caminhões, 27,2% transitam pelas ferrovias, 16,9% passam pelo modal aquaviário e 3,2% pelo dutoviário. Em 2035, a matriz de transporte brasileira permaneceria praticamente inalterada, com 50,3% das cargas nas rodovias, 30,5% nas ferrovias, 16,1% nas hidrovias e e 3,1% nas dutovias.

“Continuaremos em um país sobre rodas se não houver um plano nacional de infraestrutura de transporte para o Brasil suficientemente forte e ousado para, não só melhorar a qualidade das rodovias, como para ampliar o potencial das ferrovias, hidrovias e o transporte de cabotagem”, conclui Resende.

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