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Copom eleva Selic para 12,25% ao ano em meio a cenário econômico desafiador

Banco Central justifica decisão com base na desancoragem das expectativas de inflação e necessidade de política monetária mais restritiva
Por Redacción el 16 de diciembre de 2024 a las 7h19
Copom eleva Selic para 12,25% ao ano em meio a cenário econômico desafiador
Foto: Rafa Neddermayer/Agência Brasil
Foto: Rafa Neddermayer/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 1,00 ponto percentual, passando de 11,25% para 12,25% ao ano. A decisão foi tomada em resposta ao cenário atual de desancoragem das expectativas de inflação, dinamismo econômico acima do esperado e maior abertura do hiato do produto, exigindo uma postura mais contracionista.

Cenário externo e impactos para emergentes
No cenário global, os bancos centrais das principais economias continuam focados em alinhar as taxas de inflação às metas estabelecidas, mesmo em um ambiente de pressão nos mercados de trabalho. O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, tem mantido uma postura cautelosa, o que gera incertezas sobre a desaceleração econômica e a desinflação. Esses fatores ampliam os desafios para economias emergentes como o Brasil, que precisam equilibrar suas políticas econômicas em um contexto global adverso.

 

Contexto doméstico e inflação acima da meta
No Brasil, os indicadores econômicos e do mercado de trabalho têm demonstrado dinamismo. O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre registrou um aumento do hiato do produto, enquanto a inflação geral e as medidas subjacentes continuam acima da meta, com elevação nas divulgações mais recentes.

As expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus para 2024 e 2025 subiram para 4,8% e 4,6%, respectivamente. No horizonte relevante de política monetária, que se estende até o segundo trimestre de 2026, a projeção de inflação é de 4,0%, considerando o cenário de referência.

Riscos no balanço inflacionário
O Copom destacou uma assimetria de riscos para a inflação, com fatores que podem pressionar os índices para cima, como:

  • Desancoragem prolongada das expectativas de inflação;
  • Resiliência nos preços de serviços devido ao hiato do produto;
  • Impactos de políticas econômicas internas e externas que influenciem a taxa de câmbio.

Por outro lado, há riscos de baixa, incluindo uma desaceleração econômica global mais forte do que a projetada e efeitos do aperto monetário global mais significativos na desinflação.

Efeitos da política fiscal e dos ativos financeiros
A recente política fiscal gerou impactos nos preços de ativos, prêmio de risco e expectativas inflacionárias, segundo o Copom. Essas condições contribuem para um cenário mais desafiador na convergência da inflação à meta.

 

Perspectivas para a política monetária
A elevação da Selic visa alinhar a inflação à meta no médio prazo, sem comprometer a estabilidade econômica e o pleno emprego. O Copom sinalizou que, caso o cenário esperado se confirme, ajustes de mesma magnitude poderão ocorrer nas próximas reuniões.

O ciclo de aperto monetário será definido pelo compromisso de trazer a inflação para níveis compatíveis com a meta, considerando a evolução dos índices de preços, expectativas de mercado, hiato do produto e balanço de riscos.

A decisão contou com a aprovação de todos os membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

Projeções de inflação
De acordo com o cenário de referência, as variações previstas para o IPCA acumulado em quatro trimestres são:

  • 2024: 4,9%
  • 2025: 4,5%
  • 2º trimestre de 2026: 4,0%

O cenário considera parâmetros como câmbio de R$ 5,95/US$, bandeira tarifária "verde" e aumento de 2% ao ano no preço do petróleo após seis meses de estabilidade. A próxima reunião do Copom está prevista para o início de 2025.

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