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Crise logística no RS provoca faltas de insumos e atrasos na indústria

Desastre das enchentes causa bloqueios em rodovias e compromete operações
Por Redacción el 17 de mayo de 2024 a las 7h20
Crise logística no RS provoca faltas de insumos e atrasos na indústria
Foto: Gilvan Rocha/Agencia Brasil
Foto: Gilvan Rocha/Agencia Brasil

O Rio Grande do Sul enfrenta sérios desafios logísticos decorrentes do desastre das enchentes, afetando diretamente as indústrias que lutam para manter suas operações em funcionamento. Lideranças empresariais relatam falta de insumos e atrasos na entrega de pedidos devido aos impactos das fortes chuvas na região, conforme apurado pela Folha.

As rodovias bloqueadas, pontes destruídas e o fechamento do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, têm dificultado tanto a chegada quanto a saída de mercadorias das fábricas que não foram inundadas e tentam continuar operando.

Claudio Bier, presidente do Simers (Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul), destaca que alguns insumos já estão em falta devido às dificuldades no abastecimento. Ele aponta que o maior gargalo logístico atualmente é o bloqueio de estradas, embora o fechamento do aeroporto também esteja impactando negativamente, especialmente no transporte de matérias-primas por via aérea.

Segundo Bier, o estado responde por cerca de 65% da produção nacional de máquinas e implementos agrícolas, com indústrias distribuídas por toda a região.

A indústria elétrica e eletrônica também enfrenta desafios significativos, com problemas tanto na importação quanto na exportação devido à situação crítica. Regis Haubert, diretor regional da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) no Rio Grande do Sul, destaca que o setor depende fortemente do transporte aéreo e marítimo para obter insumos, sendo que cerca de 80% dos componentes eletrônicos são importados, principalmente da Ásia.

A situação afeta diretamente a capacidade produtiva das empresas, que estão operando com redução de até 70% de sua capacidade. Haubert relata que algumas empresas já estão com o atendimento aos clientes atrasado devido às dificuldades logísticas enfrentadas.

Para contornar os problemas, empresas do setor elétrico e eletrônico estão buscando alternativas, como importações via transporte aéreo até o aeroporto de Guarulhos (SP), seguidas pelo transporte terrestre até o Rio Grande do Sul.

A indústria de móveis, embora a maioria mantenha estoques de matérias-primas, também enfrenta desafios devido à crise logística. A Movergs (Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul) alerta para a possibilidade de "ruptura na produção" devido à falta de alguns itens nos próximos dias.

Diante desse cenário, as indústrias gaúchas estão buscando rotas alternativas para escoar a produção, embora os prazos possam ser mais longos. A situação ainda está sendo avaliada por entidades setoriais, que buscam compreender os impactos exatos da crise nas operações industriais do estado.

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