A Associação de Fabricantes de Automóveis do Brasil expressou sua preocupação com o possível impacto das recentes inundações no estado do Rio Grande do Sul, no sul do país, na cadeia produtiva. Algumas fábricas de componentes já estão paralisadas e outras enfrentam dificuldades logísticas.
O presidente da associação, Márcio Leite, declarou em uma conferência de imprensa sobre os resultados do setor que a região sul abriga 10 fabricantes e uma extensa rede de fornecedores, o que tem "um impacto muito grande na cadeia como um todo".
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Componentes Automotivos, Claudio Shad, uma pesquisa realizada nas fábricas de componentes do Rio Grande do Sul mostrou que na região de Porto Alegre, as plantas foram "afetadas pelas inundações" e estão "paralisadas".
Shad afirmou que no restante do estado, a indústria foi pouco afetada pelas chuvas e continua operando, porém, alertou que os cortes nas estradas estão causando problemas logísticos para transportar os componentes até as montadoras.
Enquanto na região de Gravataí as chuvas afetaram levemente as fábricas e existem alternativas para o transporte, na área de Caxias as fábricas estão isoladas.
Apesar das complicações no transporte, o presidente do sindicato assegurou que não faltarão "componentes para que as montadoras continuem trabalhando" e defendeu que as dificuldades "serão superadas rapidamente".
Neste sentido, o presidente da Associação de Produtores afirmou que estão trabalhando para minimizar o impacto desta tragédia "o máximo possível", embora reconheça que o cenário complexo poderá "afetar os números do próximo mês".
Segundo o último balanço da Defesa Civil, as chuvas torrenciais e as inundações resultantes deixaram pelo menos 95 mortos e 128 desaparecidos no Rio Grande do Sul, além de uma vítima fatal no estado vizinho de Santa Catarina.
Há também 1,5 milhão de desabrigados e cerca de 400 feridos no Rio Grande do Sul, onde 80% dos municípios foram afetados pelas inundações.
*Com informações da EFE.