O futuro dos maiores Operadores Logísticos do Brasil está em xeque, alerta a Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL), caso o veto ao Projeto de Lei 334/2023 não seja derrubado pelo Congresso Nacional antes do recesso legislativo, marcado para iniciar em 22 de dezembro. Segundo um levantamento recente da ABOL, as empresas filiadas à entidade estão programando demitir cerca de 16 mil funcionários em 2024, além de cancelar as 18 mil novas vagas previstas para o próximo ano, caso o projeto de desoneração da folha de pagamento não seja prorrogado.
Os impactos financeiros previstos são significativos, totalizando R$ 500 milhões somente em 2024. Essas perdas estão associadas ao cancelamento de projetos logísticos, contratos que não poderão ser atualizados na mesma proporção e outros fatores. A diretora presidente da ABOL, Marcella Cunha, ressalta que os cálculos são conservadores e que algumas empresas sentirão os efeitos de maneira mais agressiva, comprometendo seriamente o futuro de seus negócios.
Os operadores logísticos desempenham um papel vital na economia brasileira, oferecendo serviços integrados de logística, desde transporte até armazenagem e gestão de estoque, abrangendo diversas atividades econômicas, do agronegócio ao e-commerce. Com instalações em todo o país, essas empresas são responsáveis pela geração de dois milhões de empregos, entre diretos e indiretos.
A pesquisa conduzida pela ABOL, junto aos 32 Operadores Logísticos associados, revela a preocupação com a qualidade dos serviços e a viabilidade financeira, prejudicadas pelo veto presidencial. Há uma semana, após a decisão do presidente Lula (PT), a Associação emitiu um posicionamento dos operadores logísticos, agora atualizado com informações sobre os efeitos a curto e médio prazos no setor.
A maior parte dos empregos ameaçados, mais de 80%, está sob o regime CLT, representando 71% do total de gastos com mão de obra pelos operadores. Marcella Cunha destaca: "Os efeitos da não prorrogação serão em cascata: irão comprometer a qualidade dos serviços, causar aumento nos preços e contribuir para o crescimento da informalidade no país". A ABOL e seus associados estão empenhados em sensibilizar o Congresso Nacional para a urgência de derrubar o veto e garantir a continuidade da desoneração da folha de pagamento até 2027.
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