Votorantim negocia compra de mais 200 caminhões

Fabricante de cimento firma contrato com a Mercedes-Benz no valor de R$ 80 milhões

Desde o ano passado a Votorantim Cimentos vem realizando parcerias com as montadoras para negociar a aquisição de caminhões novos para transportadoras parceiras. A decisão foi tomada após a empresa redesenhar toda sua operação logística e concluir que poderia obter melhores resultados operacionais e, conseqüentemente, fretes mais baratos, com veículos mais novos e modernos.

A frota terceirizada da companhia soma mais de cinco mil unidades entre todos os operadores e boa parcela dos veículos estava com o prazo de renovação defasado. Em dezembro passado, a Votorantim Cimentos deu o primeiro passo neste sentido estabelecendo uma parceria informal com a Volkswagen, montadora eleita para fornecer veículos leves e semi-pesados. A escolha recaiu sobre o modelo Constellation, na versão 24-250, com capacidade para transportar até 15 toneladas, em área urbana. Ao todo o negócio envolveu 250 caminhões. (Ver matéria publicada sobre a parceria em www.tecnologistica.com.br/site/5,1,16,20041.asp).

Segundo Luis Antonio Miguel, gerente de Logística da Votorantim Cimentos, o sucesso da negociação com a VW estimulou a Votorantim a ampliar os benefícios também à sua operação de caminhões pesados, totalizando 200 veículos.
  
 Porém, desta vez, a fabricante de cimento realizou um comparativo entre cinco montadoras que tinham produtos compatíveis, estabelecendo critérios comparativos como o custo-benefício (consumo x tecnologia x preço), contrato de manutenção mais vantajoso e melhor desempenho por quilômetro rodado. “Convidamos cinco de nossas transportadoras parceiras para testar os caminhões por uma semana para configurarmos uma planilha de avaliação”, comenta o executivo.
 
Desta vez os melhores números foram apresentados pelos modelos da linha Axor da Mercedes-Benz, cujas versões escolhidas para os transportadores terceirizados foram 130 unidades entre o 2540, 2640 e 2644, e mais 70 Atego 2423, para uso como betoneira, estes para a Engemix, empresa de transporte de concreto da própria Votorantim. De acordo com o especialista, houve empate em muitos quesitos, mas na terceira fase do processo de escolha, na qual foram ponderados o preço final dos veículos e o valor e condições do contrato de manutenção, pelo prazo de cinco anos, a Mercedes-Benz levou a melhor. “A montadora foi a que melhor supriu nossas expectativas, em especial pela análise dos custos por quilômetro rodado”, define Miguel.
 
Para se ter uma idéia do diferencial da montadora, no cruzamento dos parâmetros avaliados, entre os quais o “custo benefício versus o contrato de manutenção”, os caminhões da Mercedes revelaram-se R$ 30 mil mais baratos no conjunto. “E o mais interessante é que já fechamos o custo do frete com os transportadores baseados nestes resultados – transparência para ambos os lados”, defende Miguel, garantindo que a iniciativa foi bem recebida pelos prestadores de serviços – parceiros antigos e de pequeno porte que talvez não tivessem a oportunidade de negociar taxas tão atrativas junto aos bancos. “Não podemos deixar de lembrar que é importante prestigiar nossos parceiros cativos”, recomenda.

O total do negócio, financiado através do Finame pelo Banco Mercedes em conjunto com a montadora/rede de concessionários e a Votorantim, foi de R$ 80 milhões, cuja taxa negociada está guardada “a sete chaves”.

Operação

Todos os modelos Axor atuarão no transporte de cimento, realizando operações de transferência de produtos entre as 26 unidades de fabricação e os 60 centros de distribuição da Votorantim em todo o país. Parte da frota, 70 modelos Atego, transportará cimento a granel para usinas de concreto da Engemix.

O modelo 2540 (80% do montante negociado) opera com multicomposições do tipo bitrem de sete eixos, cuja capacidade de carga chega a 57 toneladas de PBTC (peso bruto total combinado). Os Axor 2640 e 2644 tracionam rodotrens de nove eixos, para transportar 74 t de PBTC.

Uma vantagem importante foi os aspectos ergonômicos e de série integrados nos veículos: freios a disco, ABS e freio-motor adicional Top Brake, componentes que conferem maior segurança para o veículo e a carga transportada, garantindo também menor desgaste dos componentes do sistema de frenagem e menores custos operacionais. Isso sem contar o conforto da cabine-leito e a tecnologia do motor eletrônico.

Além disso, estão em processo de negociação também os implementos rodoviários, cujos valores e detalhes envolvidos não fora ainda divulgados. Porém estão sendo contatadas as fabricantes Guerra, Noma e Randon.

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