Maratona discute soluções para o supply chain no Mercado Brasileiro

A 6ª Maratona Supply Chain Management, realizada pelo Inbrasc, termina hoje em São Paulo

A sexta edição da Maratona Supply Chain Management, que o Inbrasc realiza em São Paulo nos dias 4 e 5 de maio, apresenta uma série de soluções implementadas por empresas atuantes no Brasil para o gerenciamento de sua cadeia logística. Os temas e indústrias participantes são abrangentes, mostrando que a área de logística ganha espaço até em empresas onde, tradicionalmente, ela não é tão atuante, como o setor bancário, por exemplo. Além das palestras, o público pode também visitar a exposição de serviços e produtos voltados ao setor, que fica no mesmo local, o Auditório Panamby, no Centro Empresarial de São Paulo.

Ontem, os participantes assistiram às palestras da DuPont, que abordou sua estratégia de gerenciamento de projetos em logística através do Six Sigma, com foco nas necessidades dos clientes; a Tetra Pak apresentou o tema Supply Chain na Era da Colaboração, focando os projetos colaborativos da empresa com sua cadeia, obtendo como resultado maior nível de serviço para o consumidor, como redução de tempo de 14 para sete dias na resposta a pedidos, maior visibilidade e qualidade na impressão das embalagens, por meio de processo colaborativo com clientes e agências de publicidade.

A Kraft Foods mostrou a verdadeira operação de guerra que é o abastecimento de ovos de chocolate para a Páscoa, cujo planejamento começa logo após o final do ciclo. Ou seja, se a Páscoa acontece em abril, em junho a empresa já começa a planejar a próxima, com a definição da malha logística começando em agosto e a produção, em setembro. São seis meses de produção, 40 dias para expedição e apenas 15 dias para a venda efetiva dos ovos, em que 75% do volume são vendidos na última semana, e cerca de 30% nos três últimos dias antes da Páscoa. Em 2010, a empresa produziu 24 milhões de ovos, armazenou 30 mil paletes do produto e expediu, de seus seis centros de distribuição, seis milhões de caixas, em mais de 15 mil entregas para cinco mil pontos de vendas.

Já o Carrefour focou em seu projeto de Relacionamento Colaborativo na Cadeia de Suprimentos, iniciado em 2007, em que há intensa troca de dados via EDI com os fornecedores, e colaboração na formação dos tablóides, de lançamentos e na divulgação dos produtos nas lojas, que redundou em redução de cerca de 30% no índice de ruptura de produtos dos fornecedores engajados no projeto colaborativo, além de redução do tempo entre o cadastro de produtos e sua disposição nas gôndolas. A rede varejista apresentou também seu processo de Back Haul, por meio do qual conseguiu otimizar as rotas e o uso da frota, com a utilização do mesmo caminhão que fez a entrega na loja para recolher mercadorias em fornecedores próximos antes de retornar ao centro de distribuição. Com este projeto, o Carrefour economizou, em 2009, 295 mil litros de Diesel, reduzindo em 779 toneladas o gás carbônico emitido no transporte.

O Itaú-Unibanco mostrou como a área de logística de Tangíveis (tudo aquilo que chega à casa do consumidor) conseguiu trabalhar um tema não-prioritário para a empresa, em plena época de fusão. A Braskem falou sobre sua estratégia de terceirização de contratos de serviços, que inclui um extenso programa de análise das necessidades técnicas de aquisição, dos prestadores de serviços e dos contratos atuais da empresa, passando pela qualificação dos prestadores de serviços, pelo processo de contratação e gestão, tanto do relacionamento atual como do futuro, com a busca de novas tecnologias e processos. Já a J.P.Morgan abordou a quarteirização como estratégia de gerenciamento de um supply chain global, processo no qual a visibilidade é fundamental para a perfeita coordenação dos 3PLs envolvidos.
Ao final do dia, houve o lançamento do “Dicionário de Logística, Gestão da Cadeia de Suprimentos e Operações”, de Carlos Panitz, com o coquetel de encerramento.

Segundo dia
Para hoje, estavam previstas as palestras de Magnetti Marelli, sobre manufatura de classe mundial; Schincariol, acerca da integração da cadeia de valor; Cargill, que aumentou em 50% sua lucratividade por meio da aplicação de S&OP Otimizado, General Motors, sobre o alinhamento de Compras e Supply Chain; Correios, abordando a utilização da Dinâmica de Sistemas para o gerenciamento logístico; e FedEx, que mostra o seu modelo de indicadores de qualidade nos processos logísticos.

Nos dois dias do evento houve painéis de debates sobre os temas abordados, com os palestrantes respondendo a perguntas da platéia, podendo esmiuçar os pontos de maior interesse do público. E, paralelamente ao seminário principal, houve ainda a programação Business VIP, com fornecedores de soluções e serviços falando de temas específicos, sempre dentro do interesse do SCM.

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