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ADTP promove encontro empresarial

Por Redacción el 29 de junio de 2007 a las 10h37 (atualizado em 26/04/2011 às 17h22)

Objetivo foi fomentar a discussão e mostrar as oportunidades das hidrovias

A Agência de Desenvolvimento Tietê-Paraná (ADTP) promoveu ontem, em São Paulo, um encontro de profissionais de diferentes setores para discutir a importância da utilização da hidrovia. Na ocasião, representantes governamentais e de entidades ligadas ao transporte, além de usuários, debateram as necessidades e divulgaram projetos para o modal.

Para o presidente da ADTP, Carlos Schad, o evento acirrou no mercado uma visão de oportunidades de negócios com relação à hidrovia Tietê-Paraná e ao modal hidroviário de uma maneira geral. “Tivemos um público inédito neste tipo de evento, pois além de numeroso, foi bastante diversificado”, diz. Profissionais de logística, comércio exterior, agronegócio e embarcadores, compuseram a platéia do encontro.

Na opinião de Schad, a presença destes profissionais reforça a tendência observada no mercado, de que o empresariado está mudando a forma de pensar a utilização da hidrovia, inserindo-a em seu mix de transporte”, define. O presidente tem uma explicação para o fenômeno. “A questão cambial faz com que a área de logística seja setor importante nas empresas para compensar as diferenças dos preços das commodities. É preciso buscar formas para se ter uma logística eficiente e este cenário abre uma janela para o desenvolvimento da hidrovia”, explica.

Schad, contudo, fez questão de lembrar dos problemas de infra-estrutura. “Temos diferentes questões para discutir, como a viária, as eclusas e a extensão das hidrovias”, exemplifica.

O que diz o governo

Presente na abertura do evento, o secretário dos Transportes do estado de São Paulo, Mauro Arce, fez um panorama do modal no estado. “Temos 2.400 km de vias navegáveis, com capacidade para transportar 22 mil toneladas por ano. Porém, só operamos com 10% da capacidade”, informa. Segundo ele, hoje a hidrovia responde por 1% do transporte de carga no estado, mas a expectativa do governo a curto prazo é fazer com que o modal represente 6% das movimentações.

Para isso, o secretário divulgou algumas ações. “Vamos investir na intermodalidade e ampliar as hidrovias para que elas cheguem mais próximo da capital e, assim, aumentarmos a capacidade de escoamento”, promete. Além disso, Arce se comprometeu a resolver os gargalos logísticos, como, por exemplo, aumentar o vão de passagem das barcaças nas pontes. “O estado de São Paulo está aberto e esperando contribuições. Quero receber a conclusão deste evento. Temos recursos limitados, por isso é importante a participação da iniciativa privada”, finaliza.

Já Luiz Eduardo Garcia, da secretaria de Fomento para as Ações de Transporte (SFAT), órgão vinculado ao ministério dos Transportes, descreveu um breve cenário da hidrovia no Brasil. De acordo com ele, apenas 2% de tudo o que é transportado no Brasil é realizado por hidrovias. “Nosso maior desafio é explorar o potencial. São cerca de 43 mil km de vias navegáveis, mas atualmente utilizamos 13.646 km”, demonstra. Garcia cita que uma das iniciativas do governo é ampliar a rede. “Estudos nos apontam que, ao invés de 43 mil km, temos 63 mil km de vias navegáveis no Brasil”, salienta

Usuários

O presidente Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga (Anut), Paulo Protasio, cobrou ações do governo ações e estimulou o empresariado. “Os empresários têm que ter a percepção sobre a importância das hidrovias num país de dimensões continentais e o governo federal precisa retomar o Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT)”, define.

O presidente do Sindicado dos Armadores de Navegação Fluvial do estado de São Paulo (Sindasp), George Takahashi, também criticou as políticas governamentais e propôs soluções. Para ele, o modal hidroviário tem que operar nas pontas em parceria com outros modais, mas as dificuldades surgem pela falta de uma política arrojada, morosidade na conclusão de obras para eliminar gargalos, excesso de órgãos regulamentadores e conflito no uso da água com o setor elétrico. “Sugerimos integrar os órgãos, disponibilizar recursos e isentar o transporte hidroviário de alguns impostos, como o ICMS, por exemplo”, destaca.

Apesar das dificuldades operacionais, o diretor de Networking da ANTP, José Roberto dos Santos, revela as alternativas de negócios, ainda não exploradas, no modal hidroviário. “As oportunidades estão nas retroáreas. É importante agregar valor aos produtos transportados pelo modal”, ratifica.

www.adtp.org.br

 

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