Evento visa buscar soluções para estruturar e agilizar a atividade portuária
O auditório da Fiesp será a sede do seminário Santos Export 2006 – Fórum para a Expansão do Porto de Santos, que será realizado no próximo dia 4 de setembro, das 9 às 19 horas. O objetivo do seminário é discutir projetos para agilizar a atividade portuária no Brasil.
Responsável por 25% da balança comercial brasileira – só em 2005 movimentou mais de R$ 70 milhões de toneladas de produtos agrícolas e industriais – o Porto de Santos é o principal terminal marítimo do Brasil. Apesar de sua importância estratégica para o escoamento da produção brasileira, o local apresenta deficiências. O cenário atual mostra que é preciso aperfeiçoar o terminal a fim de aumentar sua competitividade, baratear os custos e atender adequadamente à demanda de seus clientes.
Para o economista do BNDES e um dos palestrantes do evento, Sander Magalhães Lacerda, o Porto de Santos hoje é sub-utilizado uma vez que poderia atender mais empresas com melhor qualidade. Ele afirma, contudo, que faltam investimentos e agilidade nos procedimentos. Um dos empecilhos destacados por Lacerda é a centralização das decisões na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).
Segundo ele, a companhia não tem a agilidade necessária para promover investimentos em infra-estrutura. Lacerda sugere a substituição de Docas por duas entidades. A administração e supervisão dos contratos de arrendamento e os serviços de manutenção do complexo portuário ficariam sob responsabilidade da iniciativa privada, enquanto o poder público planejaria e definiria as metas que devem ser obtidas pelos novos gestores. Além disso, determinaria as estratégias de expansão do porto. O palestrante será responsável pela explanação “Gestão dos Portos Brasileiros – Avanços e Desafios”.
Já o secretário municipal de assuntos portuários e marítimos da prefeitura de Santos, Sérgio Aquino, aposta em outra solução. Para ele, é possível, manter a mesma estrutura, mas é necessário alterar os princípios de gestão, obtenção de metas e sistemas de aferição.
Barreira
Outro empecilho observado na atividade portuária brasileira, recorrente também no porto de Santos, é a falta de integração das diversas modalidades de transporte de carga. Vale lembrar que a articulação intermodal é um dos fatores que melhoram a logística de transporte e barateiam os custos da empresas. No caso portuário, a contribuição vem com a maior utilização da cabotagem. Isso porque, a utilização deste sistema permite substituir o caminhão para o transporte de cargas, independentemente da distância.
Esta modalidade é a meta da Carbocloro. Sediada na cidade de Cubatão (SP),a companhia tem pronto o projeto e pretende implantar um serviço hidroviário na região. Atualmente, importa sua principal matéria-prima, sal grosso, por meio do Porto de Santos. A logística, hoje, é complexa. Os carregamentos chegam a Cubatão por caminhões, sujeitos a congestionamentos e acidentes.
Com o projeto, a Carbocloro pretende utilizar barcaças e navegar pelo rio Cubatão. Ao invés de atracarem no cais e descarregarem o sal grosso nas carretas, os navios permaneceriam fundeados no canal de navegação e colocariam os produtos nas balsas. O projeto está orçado em R$ 20 milhões.