A estrutura tem capacidade para armazenar 2 milhões de produtos e abastecer mil lojas
Após investir R$ 30 milhões na construção de um CD (Centro de Distribuição) de 30 mil metros quadrados, em Fortaleza, que será inaugurado oficialmente em dezembro próximo – mas que já está funcionando –, a rede cearense de farmácia Pague Menos se prepara para instalar uma unidade de armazenagem em São Paulo nos próximos quatro anos, antevendo o crescimento dos negócios nas regiões Sul e Sudeste, hoje responsáveis por 25% do faturamento.
A intenção é ampliar o raio de atuação da atual rede de 297 lojas para 380, em quatro anos, em especial no interior de São Paulo, estados do Sul e Vale do Aço (MG). Para a inauguração das novas unidades, mais R$ 25 milhões serão empregados até 2012, com recursos próprios. Atualmente a Pague Menos atende 130 localidades de 24 estados do país – só não está presente em Roraima e Amapá.
Segundo Deusmar Queirós, presidente da empresa, a decisão faz parte do processo de expansão que prevê, entre outras iniciativas, dobrar o atual market share chegando a 10% até 2012. “Tínhamos a meta de alcançar a liderança do ranking de farmácias da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), em faturamento e abrangência, e conseguimos isso em 2007. Agora já estamos auditando nossos balanços e, se tudo der certo, vamos abrir o capital da empresa em 2012”, revela. Para isso, estão em curso negociações com KPMG, que deverá adaptar a empresa para esta transição, e com a Ernest&Young, para cuidar da governança corporativa.
Dos produtos que comercializa em sua rede, 300 mil unidades mês correspondem a entregas feitas em domicílio mensalmente pela Pague Menos, o que representa 40% do faturamento da empresa.
Ruptura Zero
Se até 2005 a empresa abria em média 15 lojas por ano, após 2007 o número de inaugurações passou a 20 e tem se mantido neste patamar. Com esse crescimento tornou-se difícil manter um padrão de atendimento adequadamente e uma operação uniforme. “Os principais objetivos são suprir os pontos de atendimento com maior agilidade e reduzir ao máximo o índice de ruptura”, revela Queirós. Os dados não foram fornecidos, mas a empresa concorda serem significativos.
Com a crença de que o ritmo de incremento do mercado vai continuar aumentando, o comando da empresa decidiu antecipar-se e construir um CD mais moderno, três vezes maior que o anterior, situado em uma área total de 110 mil metros quadrados, e que dará suporte às operações, hoje de 700 mil unidades por dia para 2 milhões por turno de trabalho e para 40 milhões de unidades diárias, quando estiver em pleno funcionamento.
Esse volume poderá suprir até 1.000 pontos de vendas, movimentando R$ 5 milhões de medicamentos e produtos de higiene e limpeza – do mix, 75% equivalem a medicamentos e 25% a outros itens. Isso sem contar que a Pague Menos já está começando a desenvolver marcas próprias, hoje estimadas em 40 SKUs, mas que deverão triplicar em 2009.
Segundo Queirós, antes de concretizar o projeto, a intenção era outra. “Avaliamos a possibilidade de abrir o depósito em São Paulo, mas recuamos por uma questão de custos, que demandariam valores 30% superiores, além da questão da segurança e comodidade”, comenta. Para elaborar o conceito do CD, executivos da empresa realizaram visitas técnicas a centrais congêneres da L’Oreal, na França, Walgreens, na Califórnia (EUA), Wal-Mart, na Flórida (EUA) e a armazéns de atacadistas do setor farmacêutico como Profarma, no Rio de Janeiro e em São Paulo, além do Compra Fácil (site de vendas à distância), da Avon e Small Tech.
A capacidade de estocagem é de 5 mil posições-palete permitindo giro para até15 dias. Entre os produtos cadastrados cerca de 5.959 itens são medicamentos e 4.211 não medicamentos. No local, há 14 docas para a recepção e seis para a expedição de cargas, ou seja 20 caminhões podem operar simultaneamente. Segundo Pedro Praxedes, diretor de Logística da Pague Menos, são quilômetros de esteiras e centenas de scanners que formam 39 estações e 120 entradas de flowracks. “As tecnologias adotadas são da Knapp e Águia Sistemas. Todos os sistemas de controle e gestão de estoques são desenvolvidos pela própria Pague Menos”, afirma. A frota é composta de 100 caminhões, dos quais dez são próprios.
O armazém cearense, distante apenas dois quilômetros do centro da capital, está com 55% da capacidade adequada para uso. A partir de 2009, mais R$ 10 milhões serão investidos no local. “Nossa intenção é construir unidades habitacionais, escola e quadras para esportes, destinados a funcionários”, diz Queirós.