O Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre) divulgou ontem, dia 5 de dezembro, os dados referentes ao acumulado de janeiro a outubro de 2012 nos segmento de implementos rodoviários e ferroviários, bem como perspectivas para o restante do ano e para 2013.
O balanço da indústria de implementos rodoviários de janeiro a outubro deste ano mostra queda de 16,45% sobre os emplacamentos no mesmo período de 2011. Durante os dez primeiros meses de 2012, a indústria comercializou 132.860 equipamentos, diante das 159.016 unidades de 2011. Do total emplacado, 42.785 unidades são da linha pesada (reboques e semirreboques) e 90.075 unidades da linha leve (carrocerias sobre chassis). O resultado representou uma queda de 14,18% e 17,48%, respectivamente, quando comparados aos 49.857 reboques e semirreboques e às 109.159 carrocerias sobre chassis licenciadas nos mesmos meses de 2011.
Apesar do resultado negativo, o setor reduziu as perdas nas vendas em relação ao resultado acumulado até setembro de 2012, que apontava queda de 16,92%. As vendas de outubro, quando foram comercializadas 13.463 unidades, foram 27,7% superiores em relação às 10.544 unidades de setembro. Esse reaquecimento das vendas ocorreu devido a uma redução na taxa de juros de 5,5% ao ano para 2,5% ao ano no programa de financiamento para investimentos PSI-Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As exportações apresentaram resultados 16,6% maiores, com 4.710 unidades exportadas ante 4.039 unidades de janeiro a outubro de 2011. De acordo com o vice-presidente do Simefre, Cesar Pissetti, a indústria deverá terminar 2012 com 163.500 unidades emplacadas, uma estimativa que significará queda de 14,3% sobre os 190.823 emplacamentos realizados de janeiro a dezembro de 2011. Da produção esperada para 2012, 158.000 unidades deverão ser comercializadas no mercado interno e 5.500 unidades exportadas.
Já os volumes de produção e vendas de vagões de carga em 2012 refletiram a atual desaceleração que atinge os setores de mineração e siderurgia. A indústria ferroviária trabalha com a expectativa de terminar o ano com entregas de 3.100 vagões e 70 locomotivas, contra uma estimativa feita em dezembro do ano passado de 3.500 e 110, respectivamente. Da produção estimada, cerca de 3.070 vagões atenderão às encomendas do mercado doméstico e 30 serão exportados. No caso das locomotivas, 56 unidades deverão permanecer no Brasil e 14 unidades serão exportadas. Em 2011, a indústria ferroviária entregou ao mercado 5.616 vagões, sua segunda maior produção histórica, e 113 locomotivas, a melhor de todos os tempos.
A capacidade instalada da indústria ferroviária brasileira tem aumentado permanentemente para atender ao mercado doméstico e às exportações. Anualmente, podem ser produzidos 12 mil vagões de carga e 150 locomotivas. Em 2013, a capacidade instalada de locomotivas será aumentada para 250 unidades. “Entre 2010 e 2019, a expectativa da indústria é fabricar e entregar 40 mil vagões, 2.100 locomotivas e 4.000 carros de passageiros”, assegura o diretor do Simefre, Vicente Abate. Para 2013, a indústria trabalha com a expectativa de fabricar em torno de três mil vagões de carga e cerca de 100 locomotivas.