Desenvolvido pela própria empresa para uso exclusivo, o produto garante que a carga refrigerada chegue com a temperatura até 4ºC mais baixa
A Center Cargo criou um sistema eficaz para diminuir as perdas em um de seus principais serviços, que é o transporte e exportação de produtos perecíveis como carne bovina, pescados frescos ou congelados, flores e frutas. Neste negócio, quando o cliente final avalia que determinada carga não chegou ao destino nas condições apropriadas, ele desconta do valor a ser pago uma porcentagem equivalente à perda. “Em média, deixávamos de receber entre 10% e 15% de cada embarque com essa má qualidade alegada pelo importador”, calcula André Bittencourt, gerente de Exportação da empresa.
“Nós decidimos criar uma forma de mensurar a temperatura da carga em cada ponto da viagem para evitar isso. Hoje, além de embalarmos o produto com gel pack, incluímos o ibutton, um chip que rastreia e memoriza a quantos graus centígrados está o conteúdo do isopor”, informa o executivo. Além disso, a equipe da Center Cargo também verifica, por meio de termômetros-espeto, as condições da mercadoria em determinadas etapas da operação, no carregamento do caminhão, durante o tempo de pista no aeroporto e na chegada ao destino. “Mas, como só medir a temperatura não basta, o fundamental é mantê-la baixa, nós desenvolvemos ainda uma forma de garantir isso”, justifica Bittencourt.
A Center Cargo criou uma exclusiva manta térmica para uso próprio que garante a temperatura da carga, sobretudo entre o momento que ela sai do caminhão e aguarda o carregamento no avião. “Principalmente nos embarques feitos na região Nordeste, que é muito quente, chegávamos a perder 1ºC durante o tempo de pista que pode ser de até quatro horas”, conta o executivo, completando que isso acontece porque os aeroportos brasileiros não têm câmeras frigorificadas.
Foram gastos cerca de R$ 100 mil no desenvolvimento do sistema de manutenção e rastreamento da temperatura usado hoje pela Center Cargo, mas para a empresa valeu a pena. “Deixamos de perder entre 3º e 4º graus no final de uma viagem de 12 horas, por exemplo, e hoje aqueles descontos por alegação de falta de condições apropriadas de parte da carga são praticamente nulos”, comemora Bittencourt. “Além disso, graças à eficácia do controle que nós criamos, hoje já tem importadores que só fecham negócio se o embarque for feito conosco, então já estamos virando referência no assunto no exterior”.