Em 2023, apenas 18,5% dos produtos agrícolas do Brasil foram transportados pelas ferrovias, evidenciando a contínua dependência do setor pelo transporte rodoviário. Apesar do crescimento da produção agrícola, a infraestrutura ferroviária do país não tem avançado de forma significativa para acompanhar essa expansão, mantendo o agronegócio dependente de rodovias.
O tema foi abordado em discussões recentes no Senado, que enfatizaram a necessidade urgente de investimentos e modernização da malha ferroviária. A região Centro-Oeste, uma das mais importantes do agronegócio brasileiro, representa uma esperança de melhora para essa situação.
A Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia Norte-Sul são vistas como soluções promissoras para facilitar o escoamento da produção de grãos até os portos. Além disso, a Ferrogrão, um projeto que prevê a construção de 933 km de linha férrea entre o Mato Grosso e os terminais de Santarém, no Pará, pode otimizar o transporte de grãos na região.
Especialistas apontam que a Ferrogrão tem potencial para reduzir o custo do frete em até 40%, contribuindo para uma logística mais eficiente. Com uma previsão de produção de 149 milhões de toneladas de grãos até 2034 no Mato Grosso, a dependência exclusiva do transporte rodoviário será insustentável. “Precisamos de um transporte de grande capacidade, e a Ferrogrão se apresenta como uma solução promissora”, afirmou a assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisângela Pereira Lopes, ao Canal Rural.