A VLI, empresa de logística multimodal que opera ferrovias, portos e terminais, está apostando no Arco Norte para o escoamento da produção agrícola vinda da região Matopiba (acrônimo que junta Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e de estados como Mato Grosso, Pará e Goiás. Com investimentos estratégicos, a empresa tem ampliado e modernizado sua infraestrutura para garantir mais eficiência, segurança e agilidade na logística agrícola, e afirma estar preparada para a super safra de 322,6 milhões de toneladas esperada em 2025, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do IBGE.
A VLI tem direcionado recursos significativos para o Corredor Norte, que conecta o Tocantins ao Maranhão. A empresa administra o Terminal Portuário de São Luís (TPSL), no Porto de Itaqui, no Maranhão, desde 2014, onde movimenta soja, farelo de soja e milho, além de celulose e produtos siderúrgicos como ferro gusa e manganês. A Tecnologística visitou o terminal a convite da VLI e conferiu de perto como é feita a logística agrícola no local.
O Terminal Portuário de São Luís, operado pela VLI, transporta soja, farelo de soja, milho, ferro gusa, manganês e celulose. Foto: Nestor Bezerra
Escoamento da safra pelo Corredor Norte
A produção chega ao terminal a partir dos Terminais Integradores de Palmeirante (TO), Porto Nacional (TO) e Porto Franco (MA), operados pela VLI, que fazem o transbordo da carga de caminhões para o transporte ferroviário, da Ferrovia Norte-Sul, operada pela VLI e da Estrada de Ferro Carajás, operada pela Vale. A partir do terminal, as commodities seguem para o Porto do Itaqui, tendo como principais destinos Estados Unidos e Europa. O Corredor Norte da VLI conecta Porto Nacional (TO) ao sistema portuário do Maranhão, utilizando o tramo norte da Ferrovia Norte-Sul e a Estrada de Ferro Carajás.
Foto: Divulgação/VLI
O Porto do Itaqui, o maior do Arco Norte, tem se destacado no Brasil como um dos principais caminhos para a exportação de grãos para o hemisfério Norte, tanto pela proximidade geográfica quanto por fatores como a profundidade. Com berços que podem chegar a 19m de profundidade na maré baixa, o Porto do Itaqui é o mais profundo do Brasil, tendo capacidade para receber navios de grandes dimensões, como os de classe Valemax, os maiores graneleiros do mundo.
O crescimento da produção regional reflete diretamente no desempenho logístico da companhia: entre 2013 e 2023, o volume transportado no corredor aumentou mais de 300%, passando de 3,5 bilhões para 14,4 bilhões de TKU (toneladas por quilômetro útil).
“O sistema portuário do Maranhão é o destino natural para a produção do Matopiba e de estados como Mato Grosso, Goiás e Pará", afirma o diretor de Operação do Corredor Norte da VLI, Ederson Almeida. "Nós estamos no lugar certo na hora certa. O Brasil precisa crescer, o Arco Norte é onde o agronegocio vai crescer nos próximos anos e a VLI tem capacidade para ajudar neste curso", completa.
Em 2023, a VLI registrou recordes de movimentação no Corredor Norte, atingindo 14,5 bilhões de TKU, superando os 14,1 bilhões de 2022. No Terminal Portuário São Luís, a empresa movimentou 5,6 milhões de toneladas no último ano, consolidando sua importância na logística de exportação do Brasil.
Terminal Portuário de São Luís
O Terminal Portuário de São Luís conta com capacidade de armazenagem de 220 mil toneladas de grãos (soja e milho), dois armazéns, quatro silos e uma moega ferroviária para grãos. O terminal também transporta produtos siderúrgicos, e conta com capacidade para 200 mil toneladas de ferro gusa e manganês, três pátios e duas plataformas de descarga.
Dentre os investimentos recentes no terminal, um dos destaques foi a inauguração do novo Centro de Controle Operacional (CCO) no Terminal Portuário São Luís (TPSL), que conta com sistemas automatizados para controle de estoque, descarga e embarque, além de um circuito fechado de TV que garante mais segurança e precisão nas operações.
Investimentos no Corredor Norte
Outro investimento estratégico da VLI foi a criação de um fluxo de retorno de fertilizantes, em parceria com a COPI, que parte do Porto do Itaqui em direção ao Terminal Integrador de Palmeirante (TO), com aporte de cerca de R$400 milhões e capacidade inicial de 1,5 milhão de toneladas por ano. No ano passado, a Ultracargo também investiu na região, iniciando a construção de um terminal de combustíveis em Palmeirante, que será conectado à malha da VLI.
Para aumentar a eficiência operacional do corredor, a VLI implantou o sistema Leader, usado nos corredores logísticos de maior movimentação de carga da companhia. A tecnologia permite a condução semiautônoma dos trens, gerando uma economia de combustível estimada em 3,5% no Corredor Norte.
Reforçando a sua logística de grãos, a VLI também adquiriu 168 vagões Hopper HTT e três locomotivas para operação na Ferrovia Norte-Sul, adquiridos em 2023. O negócio movimentou um total aproximado de R$ 200 milhões.
"A modernização do CCO, a aquisição de novos vagões e locomotivas e a criação de novos fluxos de carga são exemplos do nosso compromisso com a excelência operacional e a satisfação dos nossos clientes. Temos um sistema seguro, eficiente e sustentável”, completa Emerson.