O Brasil enfrenta um déficit significativo na capacidade de armazenagem para a safra recorde de grãos estimada em 322,4 milhões de toneladas para 2024/25. A capacidade atual, de 222,3 milhões de toneladas, cobre apenas 69% da produção esperada, conforme dados do IBGE.
Esse déficit estrutural, agravado pelo crescimento acelerado da produção agrícola, exige investimentos anuais de R$ 15 bilhões para acompanhar a demanda, mas os aportes estão pela metade. A falta de armazéns no campo também encarece a logística, obrigando tradings e indústrias a absorverem custos adicionais de armazenamento, que são repassados ao consumidor.
Desafios e investimentos regionais
Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná estão no centro do crescimento, com altas previstas de até 26,7% na produção de soja. O aumento também afeta regiões como Matopiba e o Sul, que apresentam projetos de expansão no setor portuário, cooperativas e indústrias de biocombustíveis.
Empresas como Kepler Weber e GSI relatam alta na demanda por silos, apesar dos desafios de custo e crédito. Ainda assim, a burocracia para aprovar e financiar novas estruturas é apontada como um dos principais entraves para a expansão da capacidade de armazenagem no país.