A mistura do biodiesel no diesel deve ser pauta de reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que debaterá a manutenção ou revisão das metas atuais. Até o dia 31 de março prevalece no mercado o mandato B10, ou seja, a mistura mínima obrigatória de 10% de biodiesel no diesel.
A partir de abril, conforme a legislação prevê, a mistura mínima deve ser elevada para 15% (mandato B15). O aumento é defendido pelos Ministérios da Agricultura, da Indústria e Comércio e de Minas e Energia, além da indústria do biodiesel.
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No entanto, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) é contrária à medida. Em nota, a entidade alega que o eventual aumento do percentual de biodiesel no óleo diesel encareceria o frete.
"O eventual acréscimo do teor do biodiesel irá gerar custos adicionais ao valor do frete, que serão transferidos a toda população, traduzindo-se em acréscimos inflacionários e encarecendo ainda mais o transporte e, por consequência, os produtos consumidos e exportados".
A CNT ainda diz que a medida vai provocar o aumento da poluição atmosférica, "já que diminui a eficiência energética dos motores, aumentando o consumo".
"A experiência da utilização de 13% de biodiesel ocorrida no passado já comprovou isso. Há diversos relatos de panes súbitas em ônibus e caminhões, que se desligaram sozinhos durante o funcionamento em rodovias. Isso pode provocar acidentes com vítimas fatais, o que preocupa todo o setor de transporte no Brasil".