O processo de importação envolve muitas complexidades: é necessário definir estratégias, posicionamentos e planos de ação. Inclui ainda a análise do mercado mundial, a identificação de oportunidades e ameaças, o mapeamento das competências e de pontos críticos. Para a maior parte dos produtos importados, basta pagar os impostos e taxas, o frete e começar a vender no Brasil. Mas a dor de cabeça do empresário aumenta quando é necessário uma autorização de órgãos anuentes, como o Inmetro, do Ibama ou Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Quando o assunto são produtos médicos, a dificuldade pode ser ainda maior. A autorização é expedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que emite uma licença de importação. Para saber mais detalhes sobre qual é a licença necessária, é importante saber a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) do produto. E o processo de importação não é o mesmo, pois cada mercadoria tem a sua especificidade ou atende um nível de requisitos preestabelecidos. O procedimento é diferente na importação de uma luva cirúrgica, de uma autoclave ou uma máquina de ressonância magnética.
Neste artigo, vou explicar em termos gerais parte das rotinas de importação para produtos de saúde, um setor em franco crescimento. Para isso, é necessário falar de algumas normas e tratativas da Anvisa e mostrar como está a 'saúde' deste segmento no Brasil. Além disso, vou abordar sobre como um software para comércio exterior pode ser um importante aliado para ganhar eficiência neste vai e vem burocrático. A ideia do texto é dar subsídio para a tomada de decisão, aproximar quem quer comprar de quem precisa vender, viabilizar parceiras e ampliar e otimizar oportunidades.
O mercado de produtos de saúde no Brasil
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), este segmento tem participação de 0,6% no PIB brasileiro, conta com mais de 13 mil empresas e gera em torno de 140 mil empregos. Já a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (Abraidi) traz outros dados interessantes. A organização tem um papel relevante no advocacy do segmento: seus 304 associados geram mais de 13.600 empregos e são responsáveis por uma receita de R$ 5,5 bilhões. Somente em 2017, estas empresas foram responsáveis pela venda de R$ 1,35 bilhão em produtos para saúde ao SUS. Em tempo, cerca de 45% dos produtos, materiais e equipamentos consumidos, tanto na saúde pública quanto na suplementar, vem de fora. As importações originadas de Estados Unidos, Alemanha e China respondem por 57% das compras realizadas.
A importação de produtos para a saúde, como materiais, implantes ortopédicos, equipamentos médicos, medicamentos e produtos para diagnóstico in vitro representam uma fatia importante do mercado de comércio exterior. Só para ter uma ideia, de 2005 a 2015, a importação de medicamentos e insumos farmacêuticos teve aumento de 182% no Brasil, com a participação dos importados no mercado nacional passando de 33% para 58%, segundo matéria do Portal Saúde Business.
Quais os procedimentos gerais para a importação de produtos para saúde?
O Relatório Anual 2018 da Abraidi traz um passo a passo para o processo de importação. Confira abaixo:
Quais as etapas para a regularização junto a Anvisa?
Para uma empresa atuar no mercado de produtos para saúde, é indispensável ter a Autorização de Funcionamento de Empresas (AFE) e desenvolver um sólido sistema de qualidade. Além disso, é necessário registrar os dispositivos médicos na Anvisa. A lógica é que quanto maior a classe de risco do produto, maiores são as exigências. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há 44 mil itens registrados na agência e, por ano, são lançados cerca de 14 mil novos. A normatização da vigilância sanitária é feita pela resolução RDC nº 81/2008. De um modo geral, as etapas para regularização da importação são estas:
Como a tecnologia auxilia a superar os desafios nos processos de importação de produtos para a saúde?
Diante de tantos desafios, é fundamental que os importadores de produtos de saúde contem com soluções que apoiem suas rotinas e tornem mais eficientes o dia a dia de suas operações. O objetivo é automatizar processos, melhorar resultados e reduzir custos, dando mais agilidade para a empresa.
A tecnologia é uma ferramenta imprescindível para o importador hoje em dia. Permite realizar um planejamento adequado, com definição clara do core business da empresa, que é a inteligência do negócio e não o preenchimento de papéis e o cumprimento de tarefas burocráticas. Nesse sentido, sistemas para comércio exterior devem ser uma peça importante na sua estratégia. É sempre bom buscar empresas com experiência para apontar soluções que talvez você nem tenha pensado, fazendo da inovação a sua parceira para aumentar a eficiência nos processos de importação. E assim, ampliar o acesso da população a um direito essencial, que é uma saúde melhor, mais barata e efetiva.