O Tecon Rio Grande (RS), terminal operado pela Wilson Sons, iniciou este ano os embarques regulares de toras de madeira do oeste gaúcho para a China a fim de abastecer o mercado de construção civil daquele país. A operação foi consolidada após um projeto piloto e estudos realizados ao longo de 2013. Segundo números da empresa, o terminal está preparado para escoar até 200 contêineres por mês – demanda estimada pelas tradings que trabalham com a commodity. Apenas no ano passado, durante a fase de avaliações, foram enviados 137 contêineres de 40 pés.
Seguindo a tendência de conteinerização de commodities, o terminal, em parceria com empresas e players de mercado, desenvolveu uma solução de logística e carregamento para viabilizar as exportações por Rio Grande. Segundo o diretor Comercial, Thierry Rios, o trabalho de inteligência analisou a operação como um todo, da velocidade de corte na origem do produto até a estrutura para tratamento da madeira e disponibilidade de contêineres vazios.
De acordo com Rios, a exportação de commodities exige uma logística eficiente e enxuta, capaz de atender grandes volumes a baixo custo. Para suprir esta demanda, Tecon Rio Grande investiu cerca de R$ 200 mil na construção de um equipamento capaz de realizar o carregamento do contêiner de forma automática, permitindo mais que dobrar a produtividade de movimentação. “Inauguramos esse equipamento em janeiro, após três meses de desenvolvimento pelo próprio terminal”, diz.
O Rio Grande do Sul, de acordo o Projeto Levantamento e Classificação do Uso da Terra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui cerca de 560 mil hectares de silvicultura. Os embarques das toras de madeira não obedecem a uma sazonalidade específica e acontecem o ano todo. Até então, maior parte da produção é exportada no estado de forma break bulk, em que a carga é transportada de forma avulsa, não conteinerizada.
Para o diretor Comercial, com a operação via contêiner amadurecida, a empresa aposta que este mercado trará ganhos significativos no volume de movimentação do terminal em 2014. Ele não revela os números esperados.
Novas cargas
A aposta da conteinerização de novas cargas fez com que o Tecon Rio Grande investisse no fortalecimento e especialização de sua equipe comercial. Entre os projetos pilotos já desenvolvidos, estão o escoamento da soja, sorgo e careta de ferro (subproduto do minério de ferro).
Só em 2013, saíram por Rio Grande 165 contêineres de 20 pés de soja, o que representa mais de 4 mil toneladas. A solução logística é baseada na multimodalidade – o grão chega por ferrovia ao porto, e segue para o mercado asiático por navio.
Já o piloto para o escoamento de sorgo, no ano passado, envolveu quase 80 contêineres, o equivalente a cerca de 2 mil t. O terminal ainda exportou, no ano passado, 287 contêineres de careta de ferro para a Ásia. Milho e fertilizantes são outras commodities que estão em fase de prospecção.
Na opinião de Rios, a utilização do contêiner proporciona aos exportadores a possibilidade de comercialização de pequenos volumes, agilidade no fluxo logístico e a possibilidade de aproveitar fretes de retorno para Ásia a um custo competitivo.