Com as aquisições, empresa começa a oferecer serviço de transporte
A Rumo Logística, empresa pertencente ao Grupo Cosan e especializada na logística de açúcar e grãos, recebeu ontem, dia 28 de abril, 120 vagões para o transporte das commodities. Trata-se do primeiro lote de equipamentos que a companhia recebe, de um total de 729 vagões que a companhia receberá até o próximo mês de julho. Ao todo, US$ 100 milhões de recursos provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de investidores privados, serão aplicados para as aquisições.
Produzidos pela Amsted Maxion e pela Randon, os equipamentos têm capacidade 25% superior a outros modelos e comportam até 100 toneladas de açúcar cada. Além disso, todos dispõem de revestimento antiaderente. Outro diferencial é o sistema de abertura dos vagões, que possibilita abrir simultaneamente as oito portas inferiores. Com a tecnologia, o descarregamento é realizado em dois minutos, redução de 97% em relação ao tempo gasto em antigos modelos, que necessitam de até 90 minutos para o processo.
Segundo o diretor Comercial e de Operações de Porto da Rumo Logística, Carlos Magano, a meta com as aquisições é criar uma frota ferroviária cativa para atender os produtos exportados pelo Grupo Cosan. Ele afirma, ainda, que o objetivo é começar a oferecer o serviço de transporte para outros players do mercado, incluindo tradings e outras usinas. Números da empresa dão conta que entre 30% e 35% dos vagões serão utilizados com produtos da Cosan e o restante da capacidade virá por meio da prestação de serviços.
A expectativa é otimista. Magano divulga que para este ano cerca de seis milhões de toneladas serão movimentadas pelo serviço de transporte com os novos vagões. O número é reflexo da nova formatação das composições. Antes formadas por 85 vagões, agora, cada composição contará com 120 equipamentos. Até 2014, a previsão é que o serviço de transporte movimente 10 milhões de t. anuais.
Os produtos serão provenientes dos centros logísticos operados pela Rumo e pela América Latina Logística (ALL), parceira nas operações, em Jaú (SP) e Sumaré (SP). Há outro em construção em Itirapina (SP). De lá, seguem pelo modal ferroviário ou por rodovia para o terminal portuário da Rumo em Santos (SP), local com dois berços e que tem capacidade estática de 380 mil t. de açúcar a granel e 55 mil t. de açúcar ensacado. “Hoje, 50% dos produtos são enviados ao porto por caminhões e os outros 50% por trem. Até 2014 queremos que a ferrovia responda por 90% dos embarques”, estima Magano.
Projeto
O acordo entre a Rumo e a ALL para a movimentação de açúcar assinado em 2009 prevê um investimento total de R$ 1,2 bilhão ao longo de cinco anos. Deste montante, R$ 535 milhões serão aplicados na duplicação da via permanente e ampliação dos pátios, R$ 435 milhões destinados à compra de locomotivas e vagões e R$ 206 milhões investidos na construção e ampliação de terminais.
A ideia é que até o final de 2014 as empresas estejam transportando dez milhões de t. de açúcar a granel e derivados por ano.