O Porto de Paranaguá (PR) registrou, no acumulado de janeiro a junho de 2012, alta nas atividades de importação e exportação de veículos no comparativo com o primeiro semestre do ano passado. Foram importados 72 mil veículos no período, contra 62 mil em 2011, um crescimento de 17%. As exportações tiveram um acréscimo ainda maior –de 20% – saltando de 33,5 mil unidades nos seis primeiros meses do ano passado para 40 mil em 2012.
As principais marcas movimentadas pelo Porto de Paranaguá são Renault, Volkswagen e Nissan. No acumulado de 2011, a Renault foi a maior exportadora do Estado do Paraná, registrando um total de R$ 2 bilhões na atividade. No primeiro semestre de 2012, a companhia de origem francesa já soma mais de R$ 1,2 bilhão em exportação, com um crescimento de 24% previsto para os últimos seis meses do ano em relação ao mesmo período de 2011.
Os principais mercados dos veículos exportados por Paranaguá são México, Argentina e Peru. Já os veículos importados pelo porto chegam ao Brasil principalmente do México e Argentina.
De acordo com dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), o Brasil exportou 228 mil veículos no primeiro semestre de 2012, diante dos 250 mil exportados nos seis primeiros meses de 2011. A queda de 9% mostra uma tendência nacional diferente da observada em Paranaguá. O diretor empresarial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Lourenço Fregonese, acredita que questões operacionais justificam a escolha das empresas pelo porto. “Além da estrutura física – quase 110 mil m² disponíveis para acomodar os veículos – temos mão de obra capacitada especificamente para movimentar esse tipo de carga”, conta o executivo.
A alta na demanda levou o Porto de Paranaguá a estabelecer um plano de ampliação para o segmento. Ainda sem data definida, o local deve disponibilizar novos 62 mil m² de pátios preferenciais para veículos. A Appa estuda ainda a possibilidade de construir e operar, em médio prazo, um terminal vertical para armazenagem de veículos. Até 2030, o plano prevê a expansão do segmento de veículos para novas áreas de porto organizado, como Antonina, Imbocuí e Pontal do Paraná.
Outras cargas
A movimentação de milho, soja e contêineres também registrou recordes no primeiro semestre de 2012 no Porto de Paranaguá. Segundo dados do departamento de estatística da Appa, a exportação de milho pelo porto no período foi praticamente o dobro em comparação com o acumulado de janeiro a junho de 2011. Foram 440.000 toneladas no ano passado contra mais 868.000 t exportadas este ano.
De acordo com dados do MDIC, o Brasil já exportou mais de 1,8 milhão de t do commodity em 2012. Até o final do ano, o País deve enviar um total de 17 milhões de t por meio de seus portos. “5 milhões devem vir a Paranaguá. É um volume grande – 100% a mais do que o porto exportou no ano passado”, analisa Fregonese.
De janeiro a junho deste ano, Paranaguá exportou mais de 5 milhões de t de soja. O número supera o recorde semestral até então, registrado em 2003, com 4,1 milhões de t. O farelo de soja também apresentou acréscimo no período. Foram 2,6 milhões de t exportadas, 4% a mais que no primeiro semestre de 2011.
Os contêineres fecharam o semestre com alta de 10%. Os 184 mil TEUs exportados nos seis primeiros meses de 2012 superam os 167 mil registrados no mesmo período do ano passado. Já a importação cresceu 13%, saltando de 188 mil TEUs em 2011 para 188 mil este ano.
Dragagem
O Porto de Paranaguá recebeu, no dia 16 de julho, a draga Xin Hai Feng. Vindo de Santos (SP), o equipamento realizará a dragagem de manutenção dos pontos críticos do canal de acesso aos portos paranaenses. Os trabalhos foram iniciados na tarde do mesmo dia, imediatamente após a inspeção da Marinha e liberação da documentação.
A draga opera nas imediações das boias três e quatro, próxima à Ilha do Mel. A distância entre a área a ser dragada e o local de despejo do material retirado do fundo do canal é de aproximadamente duas horas. O equipamento fará de cinco a seis viagens por dia.
A dragagem compreende trabalhos no Canal da Galheta, partes da bacia de evolução e no acesso ao Porto de Antonina. Ao todo, serão dragados 3,5 milhões de m³, com custo de R$ 37 milhões pagos com recursos próprios da Appa. O prazo de execução é de seis meses.