A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) comemorou, no dia 15, os cem anos de fundação da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) que, apesar de representar apenas 3,1% de toda a malha ferroviária nacional, responde por 40% de toda a carga movimentada por trilhos no Brasil ou o equivalente a 119 milhões de toneladas/ano, das quais 80% são minério de ferro.
Com 809 quilômetros de linha, a EFVM faz conexão com a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), também de propriedade da CVRD, e forma o corredor de transporte centroleste que liga os Estados de Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia e Sergipe.
A CVRD aproveitou o evento comemorativo dos cem anos da EFVM para anunciar novos investimentos para a ferrovia. Até o final deste ano, terá investido US$ 195,4 milhões na aquisição de novos vagões, locomotivas, material rodante e em tecnologia da informação.
Hoje a frota da EFVM é composta por 272 locomotivas e 16 mil vagões. A estimativa é que a ferrovia feche o ano de 2004 com um volume de 129 milhões de toneladas de carga transportada. Em maio, a EFVM registrou recorde mensal, quando atingiu a marca de 11 milhões de toneladas transportadas.
A EFVM permite o acesso aos portos capixabas de Tubarão, Praia Mole, Vitória, Vila Velha e Portocel. Em Tubarão, está instalado o hump-yard, pátio ferroviário com aproximadamente 200 quilômetros de linha. Mais de 90 milhões de toneladas de minério foram desembargadas em 2003, nos quatro viradores de vagão do complexo para a produção de pelotas e exportação via Porto de Tubarão.
A CVRD anunciou ainda que pretende comprar 5,3 mil vagões até 2010. Já garantiu o investimento de R$ 8 milhões para a aquisição de 50 deles, fabricados por meio do Consórcio Metalmecânico (Metalmec) firmado entre as empresas HZM Industrial, Engeman e Saveli.
"A previsão é que a CVRD receba os novos vagões em até 180 dias. Os vagões são todo tipo hooper para o transporte de grãos do cerrado brasileiro ao Terminal de Produtos Diversos (TPD), no complexo de Tubarão", justifica Eduardo Bartolomeu, diretor de Logística da CVRD. Os vagões serão utilizados tanto para a EFVM quanto para a FCA.
Essa é a primeira compra de vagões pela CVRD no Estado. Estes equipamentos serão fornecidos por empresas de Minas Gerais, São Paulo e do exterior. O consórcio Metalmec atuava, até então, na manutenção e reposição de peças dos vagões da CVRD.
Para o diretor do consórcio Metalmec, José Emílio Brandão, será possível fornecer os equipamentos continuamente às ferrovias da CVRD. "A capacidade atual do parque capixaba é de 50 vagões/mês", contabiliza.
A logística da CVRD é responsável por 16% de toda a movimentação de cargas no Brasil; 65% da movimentação portuária de granéis sólidos e cerca de 39% da movimentação do comércio exterior nacional. Desde o ano 2000, a logística da Vale mantém uma taxa de crescimento ao ano de 10% no transporte de cargas de terceiros. São 9,3 mil quilômetros de malha ferroviária, oito terminais portuários próprios, pátios e armazéns.
No primeiro trimestre de 2004, os serviços de logística representaram 12,2% da receita da CVRD, totalizando um faturamento de R$ 332 milhões. A receita com transporte ferroviário alcançou R$ 261 milhões e com serviços portuários, R$ 71 milhões.